Hoje, à mesa, um irmão se lembrou da história de São Felipe Neri, que ao ser atingido pelas fezes de um pombo, sorriu com um bom humor e disse: “que bom que Deus não deu asa às vacas”. Isso é só um pequeno exemplo de como os santos lidavam com irritações do dia a dia. Quando pensamos em um santo vemos alguém com a pele pálida, com o semblante triste e de mãos postas parado sobre o altar, contudo, há muito vemos as histórias do santos se aproximando de nós, e podemos tocar na humanidade de cada um deles e contemplar o que Deus faz com uma alma que se abandona em suas mãos. E a vida dos santos de Deus é repleta de bom humor, mesmo no sofrimento ou na dor, pois eles sabiam em quem tinham posto sua fé.
São Josemaria Escrivá dançava de forma engraçada para alegrar seu amigo, hoje Beato Álvaro, e eles riam juntos; São João Paulo II gostava de praticar esportes e estar com os amigos. São Santos não porque estavam prontos e sim porque estavam dispostos a amar. Certa vez, ao ver a igreja cheia e não conseguindo passar pela multidão, São Padre Pio começou a flutuar por cima do povo, ao chegar ao altar, vendo os rostos assustados, ele falou com muita naturalidade: “é como caminhar, só que no alto” e todos riram com sua simplicidade diante do extraordinário de Deus em sua vida. Claro que não somos como Padre Pio, mas quantos extraordinários Deus já realizou em nossas vidas, de quantos vícios Ele já nos fez livre.
Que sua reação seja o amor
Nossas ações e reações são tão naturais que quase não reparamos nelas, erramos por isso, somos revelados através da nossa “carapaça”. Há um tempo uma pessoa descobriu que eu não gostava de uma certa situação, pois eu fazia caretas, e não percebia. Depois disso, comecei a reparar que todas as nossas reações querem revelar algo, nosso nojo a ver um bicho feio, nossa alegria ao ser abraçado por alguém que amamos, tudo isso mostra como nos sentimos em relação ao acontecimento. E um coração que se encontrou com o Rei Eterno só pode revelar a alegria de ter achado esse tesouro, ou melhor, de ter sido encontrado por Ele.
O próprio Amor ao ser cuspido deu a outra face, Jesus não bateu portas e pisou firme para perceberem o quanto estavam machucando, humilhando, e entristecendo seu coração; Ele apenas amou. E isso já nos diz o que nós também devemos fazer. Agora você pode pensar – impossível eu conseguir – então, empenhe toda sua força em conseguir hoje. “Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos […] Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças” (Fl 4, 4b – 6). Um santo que transborda a alegria de ser de Deus nos revela a confiança na bondade Dele e por isso seu coração não se perturba.
Entregar sua vida pela igreja e pela evangelização, seja (ela) pregando ou sendo fiel em seu trabalho cotidiano, não pode de forma alguma tirar nossa alegria. Perceba que quando os fardos estão ficando muito pesados é porque você está tomando a frente de Deus e querendo ser salvo por suas próprias forças, e assim você não chegará muito longe. Entregue seus caminhos a Deus e deixe Ele revelar no seu coração que maravilha é ser seu filho, esse Pai cuida dos detalhes da nossa vida para já aqui na terra experimentarmos a alegria do Céu. Essa foi a descoberta dos grandes santos, um coração totalmente entregue a Deus vive com leveza e grande alegria da promessa de um dia estar face a face com o Pantokrator!
Juntos até o céu.
Tayná Barbosa
Postulante da Comunidade Católica Pantokrator