Todos os homens e mulheres buscam a felicidade e isso faz parte da natureza humana. Nascemos com um desejo, uma lei natural dentro de nós que nos impulsiona, que arde em nosso interior e anseia profundamente pela felicidade.
A filosofia tenta compreender, a psicologia tenta explicar e ajudar as pessoas a encontrarem a felicidade, o que nos leva a perceber que esse é um assunto que não tem fim.
A felicidade é algo que constantemente vem a nossa mente quando pensamos em nossas vidas e, nos últimos dias, tenho visto este assunto ser tratado em inúmeras situações diferentes.
Uma famosa revista de circulação nacional publicou uma matéria referente a um estudo feito nos Estados Unidos que informava que o custo da felicidade é de R$ 11.000,00, ou seja, podemos “comprar” a felicidade por este valor mensal.
Um outro exemplo é o que está acontecendo no Brasil: há um projeto de lei que estão chamando de “Lei da Felicidade”. Já passou pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado que aprovou e deu seguimento para votação em plenário.
Outro fato que está acontecendo é que há empresas, em especial as grandes corporações, que estão medindo se seus colaboradores (funcionários) são felizes.
A felicidade, com tudo isso, se tornou um assunto de destaque.
Não devemos desmerecer o projeto de lei, que na verdade não trata de felicidade, mas por sua vez tem uma boa intenção de garantir acesso de todos os brasileiros às necessidades básicas do ser humano como saúde, alimentação, educação, segurança entre outros.
Também devemos reconhecer a contribuição de uma pesquisa de satisfação ou felicidade dos colaboradores dentro de uma empresa, pois, através disto, se estabelecem planos de ações para melhorias do ambiente organizacional corporativo.
Entretanto, não podemos deixar de refutar a ideia de que podemos adquirir a felicidade com R$ 11.000,00 por mês. Ela – a felicidade – é algo muito maior que o consumo de coisas ou acesso a direitos sociais. A felicidade é uma benção de Deus que podemos alcançar sem nenhum dinheiro no bolso.
Quando o homem ou a mulher é feliz?
Pergunte para alguém que você conhece e que se considera feliz. Não conheci ninguém que tenha dito que é feliz simplesmente por ter capacidade de comprar. Mas conheci muita gente triste, com crises de falta de sentido na vida, que tinham os “cofres cheios” e a casa “repleta de bens”.
Deus Pai nos impulsiona a buscarmos a felicidade, o que sentimos na verdade é um desejo de Deus. A felicidade só se realiza no coração do homem através do encontro com Aquele que é a Felicidade perfeita e o Único capaz de estender esta felicidade a nós.
No Sermão da Montanha, “As bem-aventuranças” (Mt. 5), lemos que Jesus nos fala que felizes serão aqueles que vivem bem as diversas situações da vida. Mas nem lá, nem em outro lugar das Sagradas Escrituras, está escrito que a felicidade está vinculada a algum valor financeiro ou posses de bens.
A felicidade está em descobrir sua vocação, o chamado particular que Deus tem para você e viver isso intensamente. Sabemos também que a felicidade está no outro, quando sirvo ao outro, quando me dou pelo outro… parece loucura, mas nos enchemos de felicidade quando isso acontece.
Felicidade verdadeira é não ter nada e ter a Deus como ser absoluto, como TUDO. Deus lhe criou para o amor, para ser feliz, acredite nisto. Se você não se sente assim é porque há um descompasso entre o plano divino do Pai com nossa frágil vontade humana.
O que a lei ou o dinheiro pode trazer, bem como boas práticas organizacionais são simplesmente alguns momentos de ligeira alegria. Isso pode proporcionar breves prazeres, inclusive até bons e santos, mas tudo isso é bem diferente de felicidade.
Saibamos também que a maior felicidade, sem medo algum de errar, acontecerá quando estivermos na glória junto de Deus. Portanto, sejamos felizes aqui na terra, sendo o que o Senhor quer e sonhou de nós para, na santidade, alcançarmos a felicidade eterna.
Rogério F. S. Cardoso
Consagrado na Comunidade Católica Pantokrator