Com a conclusão de mais um ano litúrgico, iniciamos novamente nossa caminhada com o advento do Senhor; isto é, a preparação, a organização de tudo para a chegada de Jesus, que proclamamos nosso Rei e Senhor. E esse é o convite: vivermos a esperança, mas também a expectativa, pois sua vinda é certa. É um acontecimento! Algo grandioso! Maravilhoso!
Se aprofundarmos melhor, entenderemos que esse é um movimento constante, Jesus sempre vem ao nosso encontro. Não é somente um evento histórico. Jesus veio; isso é fato. Ele nasceu, viveu, padeceu, morreu e ressuscitou; cremos nisto. Como cremos também que um dia voltará, conforme ele mesmo prometeu.
Mas Ele vem também em tantas outras ocasiões do nosso dia a dia e oficialmente pelas mãos da sua Igreja, a qual revela, anuncia e atualiza Sua presença, especialmente pelos sacramentos e sagrados mistérios.
A última grande proclamação do Ano litúrgico é a celebração de Cristo, o Rei do universo; portanto, o Soberano de tudo o que existe, Aquele que governa, que tem o poder, o controle sobre tudo.
E o tempo do NATAL é o momento especial de celebrar esse maravilho acontecimento: a presença do Rei no meio do Seu povo. Sim, o nosso rei. O Rei dos reis! Não é um amigo, por melhor que seja, ou uma autoridade, por mais importante que seja; mas Deus em pessoa, Cristo Jesus, o nosso Rei!
E a visita de um rei mexe com tudo e todos; transforma o lugar por onde ele passa, porque traz consigo a realeza, a majestade, que é algo intrínseco a ele, o rei. Por sua decisão o mais simples objeto torna-se um objeto real, o mais simples lugar torna-se lugar real, a mais simples pessoa torna-se membro da realeza, porque o Rei assim o quis. Decisão incontestável; o Rei declarou. Ele é o soberano.
Jesus, o Rei dos reis, fez isso no seu Natal. A manjedoura que era um lugar simples, impuro, indigno para alguém tão especial, foi envolvida, tomada pela presença do Rei Jesus. E se transformou no trono, onde os anjos puderam contemplar e proclamar Sua realeza e majestade, a glória que lhe é devida e, com toda a criação, exultaram de alegria por este maravilhoso acontecimento, a presença do Rei em seu meio.
Para viver bem o Natal, é preciso acreditar que tudo pode ser mudado, transformado, restaurado, curado, convertido, liberto pela graça de Deus, pois Ele, o nosso Rei, vem ao nosso encontro. Por mais simples, impuro, indigno que seja nosso coração, pode ser purificado, restaurado e convertido no trono, onde Jesus possa reinar, ser adorado e se manifestar ao mundo.
O tempo do advento é, portanto, o momento propício, quando a graça de Deus nos envolve, impulsiona e nos capacita para prepararmos nosso coração para o grande acontecimento, que é o nascimento de Jesus, a vinda do nosso Rei. Por isso, para vivermos um “Feliz Natal”, é preciso que tenhamos um “Santo Advento”. Que a Virgem Santíssima nos acompanhe nesse tempo de preparação.
Se o ventre de Maria foi o lugar onde o Rei Jesus tomou posse do Seu reino (aqui na terra), a manjedoura foi o lugar escolhido para se manifestar, ser apresentado oficialmente aos seus súditos.
Que Nossa Senhora nos traga Jesus! E que possamos nos deixar ser tocados pela Sua graça, para que o nosso coração seja o trono de onde Jesus possa reinar sobre toda nossa vida e, assim, todos possam contemplar a Sua Divindade, Majestade e Realeza, ao reconhecê-lo como nosso Deus, Senhor e Rei.
José Eduardo de Oliveira Junior
Consagrado da Comunidade Católica Pantokrator