A necessidade do coração do homem  

a necessidade do coração humano

A criação do homem

A discussão sobre a criação do homem, quando realizada fora dos ensinamentos da Santa Igreja, leva o homem aos mais diversos conceitos sobre a origem humana. É fato que existem muitas teorias sobre o tema, e que universalmente não há um consenso que agrade todos os corações. Contudo, a criação do homem só passa a fazer sentido quando passamos a compreender o motivo pleno da nossa existência.

O Catecismos da Igreja Católica descreve, no parágrafo 358, que Deus criou tudo para o homem; porém, o homem foi criado para servir e amar a Deus e oferecer-lhe toda a criação. Embora pareçam objetos de escolha, amar e servir ao Senhor transcendem a capacidade humana. O Altíssimo está constantemente nos atraindo a Ele e suscitando em nossos corações o desejo de amá-lO.

Por que somos atraídos a amar a Deus?

O Todo-Poderoso não é dependente do nosso amor, mas deseja profundamente ser amado pelo o homem. Dizer que Deus deseja ser amado por nós pode parecer soberba. Mas a verdade é que o Criador conhece as nossas mazelas, infidelidades e a nossa incapacidade de rejeitar o pecado. Ele sabe que a única forma de buscar a salvação, de buscar a santidade, é estar atraídos por Ele, envolvidos profundamente em um amor capaz de dilacerar o nosso coração. Ou seja, amamos a Deus porque precisamos amá-lO e porque Ele nos deseja na eternidade. Jesus nos ensina que ninguém pode ir a Ele se o pai, que O enviou, não o atrair (cf. Jo 6,44).

O Amor de Deus, alicerce da nossa salvação

A dimensão do amor de Deus é incomensurável pela razão humana e nos leva à salvação. Podemos confirmar isso em 1Jo 4,9-11: “Foi assim que Deus manifestou o seu amor entre nós: enviou o seu filho Unigênito ao mundo para que pudéssemos viver por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu filho como propiciação pelos nossos pecados. Amados, visto que Deus assim nos amou, nós também devemos amar uns aos outros.”

Somos chamados à bem-aventurança, mas, feridos pelo pecado, temos a necessidade da salvação de Deus. O auxílio divino nos é dado em Cristo, pela lei que nos dirige e na graça que nos ampara.

O Catecismo vai nos dizer, no parágrafo 1972, que a nova Lei nos faz agir pelo amor infundido em nós pelo Espírito Santo, ao invés de agirmos pelo temor. Somos compelidos pela força da graça a agir pela fé e pelos sacramentos, libertos das observâncias rituais e jurídicas da Lei Antiga, inclinando-nos a agir espontaneamente sob o impulso da caridade de Cristo. A graça de estarmos debaixo da nova Lei é fruto do sacrifício salvífico de Jesus. Sacrifício este que é permeado do amor de Deus, amor que fundamenta e alicerça a nossa salvação.

Amados por Deus, para amar a Deus e sermos salvos em Cristo

O amor convergido em sacrifício na Cruz nos permite viver uma nova lei. Agora somos atraídos a Deus não mais por medo, mas por uma infusão de amor inserido pelo Espirito Santo em nós, a graça de Deus. Essa graça segundo Santo Agostinho não vem para suprimir o livre-arbítrio de amar ou não a Deus. Mas sim de tornar a vontade própria em uma vontade boa e perfeita, uma vez que ela foi corrompida pelo pecado original. A corrupção do livre-arbítrio tirou a capacidade do homem de por si só de não praticar o mal. Porém, a graça de Cristo vem para tornar possível usar bem o poder da escolha, ou seja, a liberdade de escolher o bem ou o mal. Somos fortemente e constantemente atraídos a amar a Cristo, pois essa é a graça que nos conduz a liberdade de não pecarmos e vivermos em um caminho de santidade que nos levará para o céu. Logo, a infinita sabedoria de Deus e a Sua imensa misericórdia recobram em nós o propósito pelo qual fomos criados e nos faz anelar pelo Senhor Jesus.

Que os nossos corações estejam cada vez mais atraídos e necessitados da divindade de Cristo, pois somente n’Ele podemos ser salvos.

Denis Dias

Postulante na Comunidade Católica Pantokrator

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