A vida é um dom de Deus! A nossa força e dignidade origina-se da criação à imagem e semelhança divina. Quando fiquei grávida da minha terceira filha experimentei essa força invencível, que contra a todos os diagnósticos, venceu a morte e toda desconfiança.
Comemorávamos o aniversário do meu filho do meio quando descobri que estava grávida. Foi um misto de alegria e surpresa. Sim, a vida nos visitou novamente. Gerar uma vida é uma grande dádiva de Deus, tocamos o seu Amor Poderoso, a Sua grandeza. Nos sentimos pequenos diante dos Seus mistérios. É um misto de vários sentimentos: tem responsabilidade, tem preocupação, tem medo, tem amor, tem esperança…
Os meus dois primeiros filhos vieram ao mundo por meio de cesárea. A cirurgia nunca foi minha primeira opção, sempre sonhei com o parto natural, porém, nunca tive dilatação. Era sempre o mesmo processo: a bolsa estourava, sentia as contrações, porém, não tinha a dilatação necessária para o parto normal.
Já na minha primeira consulta pré-natal o médico me alertou que por ser uma gravidez seguida da outra a minha placenta estava muito baixa. A placenta é um órgão presente em toda gestação, sua função é dar o aporte de oxigênio e nutrientes ao feto. Durante a gravidez ela se move conforme o útero cresce. É normal que no início da gestação ela esteja baixa, mas com o desenvolver da gestação ela precisa estar no topo do útero, para que o colo do útero esteja livre para o parto.
A cada ida ao médico era uma agonia, pois mesmo em meio às boas notícias de que a minha menininha estava crescendo saudável, sempre tinha um “mas”… a placenta permanecia baixa, era necessário repouso. Lembro que em uma das consultas ele falou que a bebê poderia nascer prematura e de todos os preparativos para isso. Além das complicações do parto. Todas aquelas informações foram gerando em meu coração uma tristeza, uma ansiedade, não era o que eu queria ou imaginava.
Paralelamente a todo o processo da gravidez, meu esposo tinha ficado desempregado. Era mais uma situação para administrar. Foi tempo propício para se abandonar na confiança em Deus e intensificamos nossas orações.
Como as palavras do médico não mudavam, decidi me apoiar nas palavras de Deus. Fiz um acordo com Ele que contra todos os diagnósticos iria lutar até o fim pela minha filha. E a primeira coisa que fiz foi transformar as minhas lamentações em louvor. Comecei a agradecer a Deus por cada etapa vencida, pelos movimentos dela em minha barriga, pelo carinho da família e a força da vida foi crescendo dentro de mim.
O louvor tem esse poder de transformar a nossa visão. Não louvamos só quando as coisas vão bem, mas também quando não temos certeza de nada. O louvor é um salto na fé e na confiança da manifestação de Deus em nossas vidas. Estamos sempre sob os cuidados amorosos do Pai. “Tu que habitas sob a proteção do Altíssimo, que moras à sombra do Onipotente, dize ao Senhor: “Sois meu refúgio e minha cidadela, meu Deus, em quem eu confio” (Sl 90, 1-2).
Esse Deus em que nós confiamos, o Deus Todo Poderoso nos visitou. Uma semana antes do Natal, meu esposo recebeu a oferta de dois empregos, sendo que um deles se confirmou para a Glória de Deus. Minha menina estava prevista para nascer na primeira semana de janeiro, e assim se cumpriu. Preparei a mala da maternidade na certeza de que o Senhor estava e permaneceu comigo durante toda a minha gravidez. Ela veio ao mundo no dia 7 de janeiro. Nasceu saudável e sem qualquer complicação. A força do Deus da vida triunfou!
Andressa Aparecida da Silva
Consagrada da Comunidade Católica Pantokrator