“A benevolência de Deus vale somente para alguns”? É a pergunta que pode vir à mente, quando observamos os males do mundo, e tantas desigualdades por aí… É quando pensamos: “Por que Deus permitiu a morte deste jovem?” “Por que Ele não evitou aquele acidente?” “Por que não concedeu o Milagre que tanto pedimos?” “Como Ele permitiu que este assalto acontecesse?” – “Já que Ele tem Poder para evitar tudo isto…”
A bondade de Deus e as nossas circunstancias
Em primeiro lugar, gostaria de lembrar que a Bondade de Deus não está “atrelada” às nossas circunstâncias. Independente destas, Deus é Bom!
Misteriosamente, Ele existiu antes de tudo, é Eterno e “Infinito”, do Princípio ao Fim. Por sua Bondade, desejou e criou a humanidade, no coração de tudo o que existe. E a presenteou de vida e de eternidade! Sabemos que pelo pecado (escolha infeliz, exercida na liberdade de nossos primeiros pais) estamos passando por um “tempo turbulento”, até que Cristo retorne e restaure o Seu Reinado.
Com isto, o mundo atual se encontra sob o poder do maligno. Infelizmente é natural que acidentes, doenças, tragédias e tantos males aconteçam, mas, nesta terra também podemos encontrar “pedacinhos de Céu” – porque, apesar de tudo, o Reino de Deus também acontece no meio de nós! Quanto às circunstâncias, tanto tragédias quanto bênçãos recaem sobre os bons e sobre os maus… Nunca nos esqueçamos que também temos nossa parcela de responsabilidade sobre muitas coisas que nos acontecem (bem como as que deixam de acontecer).
De qualquer forma, nenhum mal é DESEJO de Deus para nós, mesmo quando mereceríamos o “castigo”. E, longe Dele, ser INDIFERENTE às nossas dores! Portanto, mesmo que não sejamos “resgatados” de situações ruins (e até mesmo trágicas), Ele honra o principal: a nossa Eternidade! Inclusive, Deus pode permitir até mesmo a morte precoce de alguém para evitar sua perdição Eterna!
Como atrair a benevolência divina? Dica!!
Como vimos acima, bem e mal são “inevitáveis” a TODOS. Jesus mesmo disse que os homens tragicamente mortos pelo desmoronamento da Torre de Siloé não eram mais pecadores que os demais habitantes de Jerusalém (cf. Lc 13,4-5).
Por outro lado, em Mt 5,45b temos: “(…) Ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos.”
Mas, existem certas virtudes capazes de atrair a benevolência (vontade de conceder o bem) por parte de Deus!
– Fé: por meio dela, tantos milagres foram concedidos (é o que observamos na vida pública de Jesus, que fazia questão de deixar claro que esta foi a condição necessária para impulsionar tais milagres e curas);
– Esperança: “Seja-nos manifestada, Senhor, a Vossa Misericórdia, como a ESPERAMOS de Vós”. (Sl 32,22)
– Confiança: “(…) aqueles que contam com o Senhor renovam suas forças; Ele dá-lhes asas de águia. Correm sem se cansar, vão para a frente sem se fatigar.” (Is 40,31) – grande benefício é ser revigorado(a) por Deus, nesta vida cheia de batalhas;
– Insistência: “Vede, este miserável clamou e o Senhor o ouviu, de todas as angústias o livrou”. (Sl 33,7) – Outras passagens também comprovam o quanto esta virtude importa a Deus (A parábola da viúva e do juiz, cf. Lc 18,1-8 / Parábola do amigo que pede pães ao outro, que já estava recolhido para dormir, cf. Lc 11,5-8)
– Coroando as virtudes acima citadas, está a virtude da AMIZADE com Deus (permanecer Nele, ser LHE fiel, tê-LO como nosso refúgio): “Provai e vede como o Senhor é bom, feliz o homem que se refugia junto dele”. (Sl 33,9) / “Os poderosos empobrecem e passam fome, mas aos que buscam o Senhor nada lhes falta”. (Sl 33,11)
Mas não se esqueça…
Trouxemos aqui dicas para atrair a benevolência de Deus. Estas virtudes devem ser vividas DE TODO O CORAÇÃO! E mais: com a disposição de “deixar Deus ser Deus”, e realizar a SUA Vontade – mesmo que não coincida com a nossa! Assim como Cristo no Getsêmani; Assim também como Jó, que independente de suas circunstâncias, nunca deixou de glorificar a Deus!
Para concluir, mais uma virtude muito importante: a gratidão, em forma de Louvor! Reconhecer a cada dia a benevolência de Deus, das situações mais simples às mais complexas! E pelas desgraças às quais estávamos sujeitos, mas que “inexplicavelmente” deixam de nos acontecer!
Luiza Torres
Discípula da Comunidade Católica Pantokrator