A beleza da castidade

Castidade é a virtude que nos permite consagrar a Deus a capacidade de desejar e de amar livremente. E essa é uma necessidade de todo cristão.

Castidade é a virtude que se opõe à luxúria. A palavra “castidade” leva muitos a pensar que essa virtude esteja reservada para aqueles que não desejam se casar, ou mesmo a relacionar a expressão aos conceitos de abstinência sexual; porém, isso não é a verdade. A castidade é uma virtude para todos os cristãos, seja para os que ainda vivem num estado de vida transitório, como solteiros, seja para os que já estão comprometidos com o celibato ou com o matrimônio.

A prática da castidade em Deus, segundo a tradição católica, não se limita apenas ao aspecto físico, mas também abrange o controle dos pensamentos e desejos. A busca da pureza interior é considerada fundamental para viver uma vida casta. A oração, a reflexão e a disciplina são ferramentas fundamentais para fortalecer esse compromisso.

A castidade é vista como uma resposta ao chamado de Deus para viver uma vida santa e respeitar a dignidade humana. Embora possa parecer desafiadora em um mundo que muitas vezes promove a sexualidade e realizações de prazeres sem restrições, os católicos veem a castidade como uma maneira de testemunhar a beleza e a santidade do plano de Deus para o amor humano. 

Vale destacar que a castidade caminha junto com o conceito de liberdade. Compreendamos um pouco essa relação. Dominar a si mesmo não significa perder a liberdade. O ‘espírito do mundo’ teima em dizer que o homem é livre para fazer o que bem entender. A Palavra de Deus nos diz que o homem é livre, sim, e nos ensina a verdadeira liberdade: “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém. Tudo me é permitido, mas não me deixarei dominar por coisa alguma” (1Cor 6, 12). Um dos maiores dons de Deus para nós é a nossa liberdade. Mas liberdade não é fazer simplesmente o que quiser, quando quiser. Quando fazemos isso, nos deixamos dominar pelo desejo, pela vontade. Isso, o mundo não entende. Ser livre não é fazer tudo o que o meu desejo pede, mas sim submetê-lo à razão mergulhada no Espírito Santo. Essa razão, submetida ao Espírito e dominadora dos meus desejos, vai me levar para o céu. Quando nos deixamos dominar pelos nossos desejos, caminhamos contrários à vontade de Deus.

E tudo isso ocorre porque o ser humano carrega dentro de si a tendência de querer ocupar o lugar de Deus. O amor humano é corrompido pelo egoísmo, pelos desejos de satisfazer-se nos prazeres do mundo, numa irracionalidade desenfreada e desequilibrada que leva ao desamor a Deus. 

Portanto, devemos deixar a castidade nos ordenar, pois ela nos corrige, educa e liberta desse egoísmo e individualismo, abrindo uma porta para que o amor de Deus e o amor ao próximo voltem a ocupar o seu lugar em nossos corações.

 

Wilson Yukio Ushirohira
Postulante da Comunidade Pantokrator

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