Doha (Terça-feira, 09-11-2010, Gaudium Press) O secretário geral do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, Dom Carlo Maria Viganò, participou ontem pela manhã da 79ª Assembleia Geral da Interpol (polícia internacional), que acontece em Doha, no Qatar. A importância da cooperação humanitária, liberdade religiosa no Oriente Médio e o respeito da dignidade da pessoa foram os temas tratados no discurso do religioso.
A reflexão oferecida às 188 delegações dos Estados Membros da Interpol por Dom Carlo Maria Viganò partiu da acepção de que o comportamento criminal nasce com o próprio homem – assim como o bem e o mal para os cristãos fazem parte da história da salvação – para depois colocar em foco todos aqueles fenômenos sociais que, na sua complexidade, criam um motivo e as vezes alimentam o comportamento criminoso.
Primeiro entre todos, destacou a globalização, que oferece oportunidades de desenvolvimento e de enriquecimento e ao mesmo tempo pode causar empobrecimento e fome. Trata-se de “motivações” que fazem desatar certas reações em cadeia frequentemente como fenômenos de violência”.
Em seguida, citou as formas de disparidade criadas pelo diferentes acessos às aplicações dos progressos tecnológicos no mundo. O secretário do Governatorato indicou a promoção dos direitos humanos, no seu complexo, como a estratégia mais eficaz para eliminar a desigualdade entre países e grupos sociais. “As vítimas das tentações e do desespero podem se tornar em primeira pessoa violadores da paz”. E onde a dignidade humana é violada “nascem os perigos das guerras e do terrorismo”.
Neste cenário, o caso mais urgente assinalado pelo bispo “é o que envolve neste período as comunidades cristãs do Oriente Médio”. Por este motivo, a Santa Sé desde sempre é consciente “do fato que o desejo da paz, a busca pela justiça, o respeito pela dignidade da pessoa, a cooperação humanitária e a assistência constituem os ideais que deveriam sobrepor-se às relações internacionais”. O representante da Santa Sé exortou, por fim, a um esforço comum de toda a comunidade internacional para fundar a segurança e a paz não sobre o equilíbrio do medo, mas sobre o pleno respeito dos direitos e das liberdades fundamentais dos indivíduos, dos povos.