O Conselho Eleitoral Provisório do Haiti seguiu as recomendações da Organização dos Estados Americanos (OEA) e confirmou hoje (3) os dois candidatos que disputarão o segundo turno das eleições presidenciais em 20 de março. A corrida pela presidência do Haiti envolverá a candidata de oposição e ex-primeira-dama Mirlande Manigat – casada com o ex-presidente haitiano Leslie Manigat (1988) – e Michel Martelly, um dos músicos mais populares do país.
A decisão foi anunciada depois de a OEA constatar que houve uma série de irregularidades envolvendo o primeiro turno das eleições no país, em novembro de 2010. Para a organização, os resultados das eleições tinham de ser alterados, colocando Martelly em substituição a Jude Célestin, assim como tinha de ser modificada a votação no segundo turno e revisto o sistema eleitoral.
As eleições no Haiti ocorrem no momento que o país enfrenta uma fase de incerteza política, grave crise econômica e social. No final do mês passado, o ex-presidente Jean-Claude Duvalier, conhecido como Baby Doc, retornou ao país e demonstra ter interesse em voltar ao cenário político.
Na última semana, o ex-presidente Jean-Bertrand Aristide solicitou autorização para também retornar ao Haiti. Ambos os ex-presidentes são acusados de corrupção e violação de direitos humanos. Duvalier e Aristide se viram obrigados a sair do país, por pressão popular, e pedir refúgio no exterior.
Desde janeiro de 2010, o Haiti conta com ajuda internacional na busca de reconstruir o país. A maior parte do território foi devastada por um terremoto que matou cerca de 220 mil pessoas, destruiu casas e prédios públicos. Os haitianos sofrem ainda com uma epidemia de cólera que causou 4 mil mortos.
Agência Brasil
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