Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 14-10-2010, Gaudium Press) A situação dos cristãos nos países árabes esteve hoje no centro das intervenções dos padres sinodais durante a quinta congregação geral da Assembléia Especial para o Oriente Médio do Sínodo dos Bispos, evento que acontece desde segunda-feira, 11, no Vaticano, com a presença de 183 participantes.
As seções foram abertas pelo bispo de Jibel dos Maronitas, no Líbano, Dom Bechera Rai, OMM, que dissertou sobre a divisão dos cristãos nos países árabes. Segundo o prelado, no plano eclesial não existe separação, sendo esta determinada principalmente pelo conflito entre sunitas e xiitas. Neste sentido, Dom Bechera destacou que ao melhorar as relações com o estado “é necessário aperfeiçoar a ideia de Estado cívico”.
A questão do aperfeiçoamento da ideia de Estado cívico foi desenvolvida logo na sequencia pelo vigário apostólico da Arábia, nos Emirados Árabes Unidos, Dom Paul Hinder, OFM, que falou dos países árabes que tem o islamismo como religião de estado. Segundo o vigário, estes estados apresentam, por exemplo, leis severas de imigração, restrição no número de sacerdotes; limitados direitos individuais e assistência social; inexistente liberdade religiosa, sendo a conversão possível em uma só direção: um cristão tornar-se muçulmano; além de falta de igrejas.
Outro problema que aflige os cristãos nos países do Oriente Médio foi levantado pelo arcebispo de Sidonia dos Gregos-Melquitas no Líbano, Dom Elie Béchara Haddad, BS, e diz respeito a venda dos terrenos dos cristãos no Líbano. Segundo o prelado, trata-se de um fenômeno perigoso que pode ameaçar a presença cristão no país. Para combater o problema, Dom Elie propôs criar uma estratégia de solidariedade entre as igrejas ligadas à Santa Sé; modificar o discurso nas relações com os muçulmanos fazendo distinção entre islamismo e fundamentalismo.
Por fim, falou o secretário geral do Conselho dos Patriarcas Católicos do Oriente (CPCO), Padre Khalil Alwan, MLM, que apresentou a situação do Conselho e do diálogo ecumênico. Para o sacerdote, há uma dificuldade referente a comunicação, “por isso é necessário modificar os estatutos do CPCO, permitir nas assembleias a presença de representantes de cada país e também promover os congressos dos Patriarcas e dos Bispos católicos no Oriente Médio, dando a possibilidade de um recíproco encontro e troca de experiências e exigências”.