Nossas vidas, inevitavelmente, são marcadas por acertos e erros, vitórias e derrotas, alegrias e tristezas… Como lidar com aquilo que nos frustra, que revela nossas fragilidades?
Salmo 146 (145), 5-6 – “Nosso Senhor é grande e cheio de força; sua inteligência é infinita. O Senhor restabelece (levanta) os humilhados, humilha até o chão os infiéis”.
As mãos do Senhor, como nos afirma esse Salmo, estão sobre nós. Existe uma profecia de Deus para nós: “Eu levanto os caídos, sustento os fracos, curo os feridos, conduzo os perdidos”.
Em qual situação dessas você se encontra?
É preciso reconhecermos e assumirmos nossa condição, para que a mão de Deus venha em nosso favor.
Muitas vezes, nos custa muito, é humilhante assumirmos que caímos, que somos fracos, que estamos feridos ou, até mesmo, que nos perdemos. É difícil, porque tudo isso toca nosso orgulho. No fundo, queremos ser pessoas fortes, que estão sempre de pé, curadas e perfeitas na vontade de Deus.
Contudo, a grande verdade é que somos pequenos, fracos, temos muitas feridas e nos desviamos da vontade de Deus quando pecamos. Isso tudo não deveria ser um problema para nós, porque não é um problema para Deus. Tais coisas mostram que precisamos de Deus, que dependemos dEle.
Assumir nossas fraquezas
“Todos nós somos vulneráveis, frágeis, fracos, e precisamos ser curados. Ele [São Paulo] nos diz: somos afligidos, abalados, perseguidos, atingidos: é a manifestação da nossa fraqueza, é a nossa vulnerabilidade. E uma das coisas mais difíceis na vida é admitir a própria fragilidade. Às vezes, tentamos encobri-la para que não se veja; ou mascará-la, ou dissimular…” (Papa Francisco na homilia da Missa em 16/06/2017, na Casa Santa Marta).
Quando assumimos nossas fraquezas, somos humildes e damos a Deus, que tanto nos ama, a oportunidade de Se abaixar até nós e nos levantar. Damos a Deus a oportunidade de que Ele nos ame, cuide de nós, nos liberte, nos cure. E como isso tudo traz alegria ao coração de Deus!
Papa Francisco ainda nos diz que nos é preciso “tomar consciência de sermos frágeis, vulneráveis e pecadores: somente a potência de Deus salva e cura”.
Jesus Cristo deseja vencer em nossas vidas, porque Ele é o vitorioso que passou pela Cruz e venceu a morte.
Quais são as situações nas quais Cristo quer manifestar a vitória dEle?
Em nossas derrotas e fracassos, porque são nesses acontecimentos que o demônio, muitas vezes, nos massacra, querendo nos convencer que somos perdedores e, definitivamente, fracassados.
Nas derrotas, conte com Deus
Nossos fracassos e derrotas evidenciam que precisamos de Deus, porque nEle e somente nEle somos vencedores.
“Que diremos depois disso? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou seu próprio Filho, mas que por todos nós o entregou, como não nos dará também com ele todas as coisas? Quem poderia acusar os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? Cristo Jesus, que morreu, ou melhor, que ressuscitou, que está à mão direita de Deus, é quem intercede por nós! Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada? Realmente, está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia inteiro; somos tratados como gado destinado ao matadouro (Sl 43, 23). Mas, em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou” (Romanos 8, 31-37).
Nada que nos acontece está fora da providência de Deus. De tudo Deus pode tirar um bem, ainda que não compreendamos, ainda que muito soframos.
Em todas as coisas, até mesmo no fracasso ou derrota, somos mais que vencedores pela virtude do amor que Cristo tem por nós.
Em Deus somos vencedores!
Quando tomamos consciência de que em tudo somos vencedores, o demônio já não pode mais nos acusar ou condenar, porque Cristo, que por nós morreu, ressuscitou e está à direita do Pai, intercede por nós e nos garante a vitória.
Não permita que suas derrotas e fracassos te façam um perdedor, mas assuma sua impotência, sua fraqueza, sua pobreza diante de Cristo; faça-se humilde e deixe que o Senhor vitorioso te levante do chão.
Quando olhamos para o encontro de Jesus com a mulher adúltera, podemos perceber que a intenção do Senhor nunca é nos condenar, mas nos libertar do mal do pecado, de tudo aquilo que nos oprime e condena (cf. João 8, 1-11).
Ao libertar a pecadora de seus pecados, que eram seus fracassos e derrotas, Jesus a levanta com Sua misericórdia e concede a ela a vitória.
Sejamos como essa mulher: da baixeza de nossas fraquezas e feridas, com o coração cheio de humildade, permitamos que o Senhor nos levante e tire um bem maior de tudo o que vivemos, nos fazendo homens e mulheres vitoriosos!
Edvandro Pinto
Discípulo da Comunidade Católica Pantokrator