Todo início de ano vem carregado de esperança e com ele fazemos inúmeras metas: pensamos em recomeçar,ser mais disciplinados, melhorar nossos hábitos, nos aproximar de Deus, entre tantas outras resoluções. No entanto, com o passar dos dias, muitas vezes abandonamos essas metas, deixando que o cansaço e as dificuldades tomem o lugar da perseverança. Se você se identifica com o que acabo de mencionar, eu te convido a ler esse texto até o fim e recomeçar, pois mais do que um ato de força, recomeçar é um exercício de humildade e confiança em Deus.
Quando traçamos metas no início do ano, há um entusiasmo que nos motiva. Porém, com o passar do tempo, surgem desafios e imprevistos, e muitas vezes acabamos desistindo. Isso pode nos deixar frustrados, especialmente quando percebemos que as mesmas metas são abandonadas ano após ano. Rafael Cifuentes, em seu livro “A Constância”, nos diz que “A constância não é apenas continuar; é recomeçar sempre que necessário”.
No caminho espiritual, a constância é fundamental. Assim como no cumprimento de metas pessoais ou profissionais, crescer na fé exige esforço diário. Jesus mesmo nos ensina que “quem perseverar até o fim será salvo” (Mt 24,13). Isso não significa que nunca erraremos ou que sempre cumpriremos nossas resoluções à risca, mas que devemos estar dispostos a levantar e continuar, mesmo após as quedas.
Recomeçar: um ato de humildade e confiança
Abandonar metas pode gerar culpa ou desânimo, mas precisamos nos lembrar de que Deus não nos chama a uma perfeição imediata. Ele nos chama a sermos perseverantes e humildes. Reconhecer nossas limitações é o primeiro passo para recomeçar. Como destaca Cifuentes, a constância exige “uma decisão firme de não desistir, mesmo diante das dificuldades”.
Recomeçar também é um ato de confiança em Deus. Muitas vezes, tentamos alcançar nossas metas contando apenas com nossas próprias forças, o que nos leva ao esgotamento. Quando colocamos Deus no centro de nossos esforços, encontramos a graça necessária para perseverar. Em vez de nos culparmos por abandonar nossas metas, devemos entregá-las a Ele e pedir força para continuar com propósito. Deus não espera perfeição, mas sim o desejo sincero de crescer em amor e santidade.
Constância no caminho da santidade
No contexto espiritual, a constância é mais do que um esforço humano; é uma virtude alimentada pela graça de Deus. Ela se manifesta no “esforço de cada dia para ser fiel nas pequenas coisas.” Isso pode significar retomar a oração diária, buscar o sacramento da confissão ou mesmo dedicar tempo à família, mesmo quando nos sentimos cansados.
A constância nos ajuda a perceber que as metas não precisam ser perfeitas para serem valiosas. Cada pequeno passo no caminho da santidade é importante, mesmo que nem sempre consigamos avançar tanto quanto gostaríamos. Recomeçar com frequência é um sinal de que estamos comprometidos com nosso crescimento espiritual e com nossa relação com Deus.
Metas com propósito eterno
Uma forma de tornar nossas metas mais duradouras é nos lembrar do propósito por trás delas. Quando nossos objetivos estão alinhados com a vontade de Deus, eles ganham um significado mais profundo. Por exemplo, ao estabelecer metas como rezar mais, praticar a caridade ou ser mais paciente, não estamos apenas tentando melhorar como pessoas, mas buscando nos aproximar de Deus.
Rafael Llano Cifuentes nos lembra ainda de que a constância nos leva a valorizar o presente. Em vez de ficarmos presos ao passado ou preocupados com o futuro, devemos focar no hoje, fazendo o melhor que podemos com os dons que Deus nos deu. Assim, nossas metas deixam de ser apenas objetivos temporais e se tornam parte de um caminho eterno: o caminho da santidade.
Recomeçar não é um sinal de fraqueza, mas de força. A constância no cumprimento de nossas metas, especialmente aquelas voltadas para a santidade, exige humildade, perseverança e confiança em Deus. Abandonar uma meta não significa que fracassamos, mas que estamos sendo convidados a tentar novamente, com mais fé e propósito. Que neste ano, ao reavaliarmos nossas metas, possamos nos lembrar de que o Deus Poderoso caminha ao nosso lado, nos encorajando a recomeçar sempre e a manter nossos olhos fixos no que realmente importa: nossa união com Ele.
Referência: Livro: A Constância – De Rafael Llano Cifuentes – Quadrante Editora
Vanessa Ozelin de Oliveira
Consagrada na Comunidade Católica Pantokrator