O significado da Cruz

Claramente a cruz é o símbolo mais forte da Humanidade. Nós a vemos por todas as partes, no cordão de alguém, na região superior de alguma parede, nós a fazemos em nós nas nossas orações etc. Mas, por que ela se tornou tão relevante para a Humanidade?

A cruz sempre estará presente, você querendo ou não

De forma direta, uma pessoa normal responderia que a cruz está tão presente no mundo por conta da grande influência da Igreja Católica. Ela diria que por conta dos anos de dominação da Igreja na Idade Média, a fé cristã se difundiu e, assim, nós usamos o sinal da cruz por toda parte.

No entanto, além de uma presença física e material, a cruz está presente nas nossas almas. A cruz é a mais profunda realidade do ser. Você pode até não reconhecer isso, mas nós vivemos e morremos por ela. E, de fato, todo ser humano carrega o sinal da cruz dentro de si e não é coincidência que este seja o maior símbolo da história da Humanidade. 

Isso acontece porque, a partir do momento em que Adão e Eva comeram do fruto proibido, a Humanidade se separou do Senhor e agora temos que batalhar para receber a nossa salvação. Anteriormente tudo estava nas nossas mãos, nós éramos verdadeiramente “como Deus” e vivíamos plenos. Digo isso porque, antes do pecado original, a nossa vontade era alinhada com a vontade de Deus.

E além disso tudo, nós vivíamos no paraíso. Isto é, já vivíamos a eternidade e a salvação, já estávamos nela.

Mas, a partir do pecado original, nós fomos expulsos do paraíso e fomos postos no mundo da dor e do sofrimento. Aqui nesta Terra, nós começamos a ter que lutar pela nossa comida, pela nossa saúde e pela nossa segurança. Mas, o pior de tudo é que nós tivemos que começar a lutar pela nossa salvação. E, não se engane, a salvação é individual e você é responsável pela sua, você deve lutar pela sua salvação e, se você não fizer nada, você irá sofrer pelo resto da eternidade. Pense só que terrível responsabilidade nós recebemos (por escolha nossa), a responsabilidade de ter que tomar as decisões certas para não sofrer eternamente. A eternidade, sendo ela boa ou ruim, está em nossas mãos. 

Isso tudo está marcado em nós e é, de longe, o fato mais importante de nossas vidas. E a partir do momento em que Cristo, o Senhor dos senhores, o Rei dos reis, tomou uma cruz para ir ao encontro da sua salvação, este se tornou o símbolo disso tudo. A cruz se tornou o símbolo desta luta e responsabilidade; e carregá-la se tornou a resposta. Imitar a Cristo se tornou a resposta à dor e ao sofrimento. Não é à toa também que Jesus sofreu de forma tão terrível como ele sofreu. Ele Se entregou para sofrer dessa forma porque a luta contra o mal em que nós nos colocamos a partir do pecado original é incrivelmente terrível. E repare que Cristo Se entregou ao maior dos sofrimentos, isto é, ninguém nunca nem chegou perto de sofrer tanto como Cristo na Sua Paixão.

A resposta

É comum que, após descobrirmos isso, caiamos em um niilismo e em uma tristeza. Particularmente, quando eu descobri isso, passei por um período de grande e profunda tristeza. Por muito tempo, procurei uma resposta para essa questão e buscava entender por que Deus tinha permitido que isso acontecesse. Naquele momento, eu pensava que a vida era essa terrível responsabilidade e não tinha o que pudesse ser feito a respeito; eu pensava que eu e a Humanidade estávamos destinados ao sofrimento e à perdição. Afinal, eu não conseguia responder ao Senhor como Cristo respondeu, carregando a Sua cruz de forma corajosa e fiel. 

No entanto, existe um importante ponto que eu descobri e que ainda não contei. Deus é infinita misericórdia; Ele nos amou tanto que nos deu Seu único Filho para que todo aquele que n’Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna (cf. Jo 3,16). Isto é, a partir do momento que Cristo tomou a Sua cruz, que é a cruz de todos nós, nós podemos carregar a nossa cruz apoiando-nos n’Ele e tendo a paz da misericórdia de Deus. Não é mais necessária uma força extraordinária nem riquezas mundanas. Nós só precisamos do Cristo e isso basta.

Contudo, a resposta para todas essas questões não é o niilismo e sim a alegria, a alegria de reconhecer que Deus está conosco e que Jesus Se entregou por nós. Nós podemos ver isso na vida dos santos, que, em sua essência, foram os que mais compreenderam essa realidade da responsabilidade da salvação e, no entanto, foram as pessoas mais felizes. 

Por fim, das próximas vezes que você se deparar com alguma situação de grande sofrimento, eu convido você a parar para pensar nessas realidades que estão descritas neste texto, na responsabilidade da nossa salvação e, o mais importante de tudo, do Amor de Deus por nós. Que nós cada vez mais nos voltemos para Cristo e abracemos com ele a nossa cruz e para nossa redenção. 

 

José Henrique Hissung Botelho de Andrade
Postulante da Comunidade Católica Pantokrator

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