Estamos no mês da vocação e muitas vezes temos a tendência de reduzir a nossa vocação à exclusiva descoberta do “eu”. Não que não seja uma descoberta interessante e fundamental para o crescimento pessoal, mas a minha vocação não diz respeito apenas a mim, diz muito sobre a Igreja, e deve dizer e expressar muito para essa esposa de Cristo. Este entendimento, além de trazer magnanimidade, traz a noção de responsabilidade sobre o nosso sim, e a resposta a esse entendimento é o amor!
O meu umbigo não é a Igreja!
Esse nosso sim doado ultrapassa todo o “ensimesmamento” e egoísmo e atinge outras almas, atinge o cumprimento do desejo de Cristo, que é atrair e salvar mais e mais almas através da unidade da Igreja. A nossa vocação é individual e personalíssima, mas não é individualista. O meu chamado, a minha vocação e a minha missão são tão singulares quanto a minha identidade, e tão distintas quanto a sua. Porém, a minha e a sua vocação tem o mesmo destino: Cristo e a Sua Igreja.
Podemos entender que a vocação tem como pilar a caridade, e a caridade é o amor desmedido e ilimitado. Através dessa lógica não muito complexa, podemos entender que o cerne da vocação é o amor ilimitado a Cristo, que hoje se concretiza na Igreja. Assim, devemos ser o amor! A frase de Santa Teresinha nos mostra que o coração da Igreja é a integralidade e a totalidade do nosso sim. Em mim e em você pode habitar o coração da Igreja, pode habitar o desejo mais profundo de Cristo, se decididamente quisermos amar.
Você é a Igreja de Cristo!
Se entendermos que somos instrumentos da Igreja quando amamos e que a Igreja é movida pelo amor, fica mais fácil perceber que podemos bombear o coração da Igreja em qualquer lugar em que formos o amor. O coração da Igreja está no meu trabalho, está na minha família, nos meus estudos, na missa, no grupo de oração, no colégio, nos momentos de lazer, na faxina. Em tudo eu posso viver o amor, em tudo eu posso viver a minha vocação.
Esse é o chamado do cristão: viver o amor! A forma como ele será vivido é a expressão particular e única que complementam a unidade do corpo eleito de Jesus. A minha unicidade, somada a unicidade de tantos integra a Igreja Una e Santa, a Igreja de Jesus Cristo, nosso Salvador. Isso nos mostra que quando um cristão não vive o amor, a unidade da Igreja desengrena e é afetada.
Assuma a sua identidade e o seu chamado ao Amor e salve almas.
Se nós não assumirmos esse chamado universal, estamos sendo contrários à Vontade expressa do Pai. Se você não assumir a sua vocação ao amor, o coração da Igreja fica cada vez mais fraco, o que leva à anemia e à apatia da Igreja. E se nós formos ausentes em nosso sim, muitas almas poderão ser condenadas e muitos corações deixarão de experimentar a glória de eternidade, inclusive nós mesmos.
Que nós não tenhamos medo de descobrir a forma na qual devemos viver o amor para o verdadeiro Amor!
Ana Clara Gonçalves
Vocacionada na Comunidade Católica Pantokrator