Matrimônio: um caminho para conversão e santificação

matrimônio

No início do meu matrimônio, eu tinha muitos sonhos e esperanças. Achava que a felicidade viria automaticamente, como se o simples fato de dividir a vida com alguém fosse suficiente para preencher as minhas “lacunas”. 

As primeiras dificuldades me fizeram questionar muitas coisas. Por que o outro não atendia às minhas expectativas? Por que era tão difícil manter a harmonia? Foi doloroso perceber que eu depositava no meu cônjuge uma responsabilidade que ele não podia carregar: a de ser a fonte da minha felicidade.

Um novo olhar para o matrimônio

Com o tempo, fui compreendendo que o matrimônio é muito mais profundo. Ele não se resume a “ser feliz” ou a buscar no outro o que nos falta. É uma caminhada de entrega, de amor que não exige nada em troca.

Como lemos em 1Cor 13,4-7, São Paulo descreve o que é o verdadeiro amor:
“O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”

O amor descrito aqui é um amor ativo, que se doa e se esforça; é algo que preciso exercitar todos os dias. Amar de verdade é agir com paciência, bondade e generosidade, mesmo quando o outro falha ou quando as dificuldades surgem.

A cada dia, sou convidada a viver esse amor em gestos concretos, na escolha de perdoar, de acolher e de permanecer. É uma jornada desafiadora, mas, quando ressignificada, transcende.

O aprendizado da entrega

Essa compreensão não aconteceu de uma hora para outra. Foi um processo de aprendizado, muitas vezes acompanhado por lágrimas e orações. A fé se tornou a minha âncora nos momentos mais difíceis. Percebi que o matrimônio não é sustentado apenas por sentimentos, mas por escolhas diárias de amar, perdoar e recomeçar.

Ao colocar o bem do meu cônjuge acima das minhas vontades, tudo começou a mudar. As crises deixaram de ser finais e se tornaram caminhos de crescimento. Ao renunciar ao meu egoísmo, não apenas encontrei espaço para o verdadeiro amor florescer, mas também percebi como o matrimônio transforma e converte o coração.

O amor que transforma

Hoje, olho para o meu matrimônio como uma grande via de santidade e santificação. Um lugar em que sou forjada à conversão, dia após dia. Os sacrifícios que fazemos um pelo outro não são perdas, mas ganhos. Cada gesto de entrega constrói algo maior: uma união que reflete o amor de Deus.

Se há algo que aprendi e quero compartilhar, é isto: não busque a felicidade como um fim. Busque amar de verdade. Quando o amor é baseado na entrega, na paciência e na fé, ele transforma. Ele nos ensina que as adversidades não são barreiras, mas pontes para algo maior.

No silêncio das escolhas diárias, no sacrifício partilhado, o amor revela a sua verdadeira essência: aquela que transcende e toca o divino.

Que Deus abençoe você.

 

Érika Tartari
Discípula da Comunidade Católica Pantokrator

 

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