Intercessão, um ato de amar

intercessão

“Interceder, pedir a favor de outrem, é próprio, desde Abraão, dum coração conforme com a misericórdia de Deus. No tempo da Igreja, a intercessão cristã participa na de Cristo: é a expressão da comunhão dos santos. Na intercessão, aquele que ora não “olha aos seus próprios interesses, mas aos interesses dos outros” (Fl 2, 4), e chega até a rezar pelos que lhe fazem mal (108)”. (CIC 2635)

As palavras acima, retiradas do trecho do Catecismo da Igreja Católica que explana sobre a oração cristã, ensinam-nos que aquele que intercede aproxima seu coração do Coração misericordioso de Deus. É o Amor poderoso e misericordioso de Deus, cuja fonte é o Seu Coração, que transborda em nós, intercessores, e nos capacita a sair de nós mesmos e orar pelos outros, sejam eles conhecidos ou desconhecidos, o que consiste em um verdadeiro ato de amar.

Escuta, escondimento e serviço

Os ouvidos espirituais daqueles que intercedem precisam permanecer sintonizados na “frequência divina”. Somente uma audição espiritual aguçada nos permitirá ouvir a Deus e captar as necessidades daqueles que precisam de nossas orações. Para isso é fundamental cultivar uma vida de intimidade com o Senhor através da vida de oração cotidiana. 

A oração de intercessão se dá no escondimento, seja nas celas dos Carmelos e Mosteiros, seja nas capelas das paróquias, seja no quarto de cada um que se coloca em oração pelos outros. O próprio Jesus Cristo Se retirava para rezar, como lemos em diversas passagens dos Evangelhos. 

Interceder também significa colocar-se a serviço do outro e da Igreja. Quando intercedemos, vamos além do amor humano, deixamos de lado nossos interesses e pedimos pelos interesses dos outros. Pode ser até que rezando pelos desconhecidos, peçamos por aqueles que nos fazem mal. Isso é uma característica do Amor divino, do Amor misericordioso que transborda em nós através de um real serviço de amar.

Jesus Cristo, nosso Intercessor por excelência!

“Porque há um só Deus e há um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo, homem que se entregou como resgate por todos”. (1 Tm 2,5-6)

“É Ele o único intercessor junto do Pai em favor de todos os homens, em particular dos pecadores. Ele ‘pode salvar de maneira definitiva aqueles que, por seu intermédio, se aproximam de Deus, uma vez que está sempre vivo, para interceder por eles (Heb 7, 25)’”. (CIC 2634)

Jesus Cristo é o nosso intercessor por excelência, Aquele que ora por nós ao Pai! Ele é o rosto da misericórdia de Deus (Papa Francisco) e a personificação do Amor divino que Se encarna e vem ao encontro da humanidade. 

A Virgem Maria, Sua Mãe e nossa Mestra da Intercessão, intercede por nós, incessante e amorosamente, junto a Jesus Cristo, sempre atenta a todas as nossas necessidades (Cf. Jo 2). 

A intercessão na Igreja

A prática da oração de intercessão precede o tempo da Igreja. O Antigo Testamento nos mostra que desde os primórdios da história do povo de Deus, os patriarcas, pastores e profetas já intercediam a Deus pelo Seu povo, com compaixão, sendo sinais do Seu Amor misericordioso. 

Da mesma forma, na Igreja primitiva, a oração de intercessão de uns pelos outros era intensa e constante, um ato real de amor e fé. Um exemplo disso é o que narra o Livro dos Atos dos Apóstolos no capítulo 12, versículo 5: “Pedro estava assim encerrado na prisão, mas a Igreja orava sem cessar por ele a Deus”.

Desde seu nascimento em Pentecostes, a oração de intercessão é forte e incessante na Igreja. Guerras já foram vencidas pela recitação do Rosário, dentre outros tantos milagres alcançados pelo poder da oração. Inúmeras ordens religiosas dedicam-se à intercessão por amor a Deus, à Igreja e às almas, rezando incessantemente pela conversão da humanidade. 

Também, nós, leigos batizados, pertencentes ao corpo da Igreja, cuja cabeça é Cristo, somos chamados a interceder pelo Papa, pelo Clero, por todos os religiosos e religiosas, pelos leigos e pela salvação de cada alma. Ofereçamos as nossas orações e os nossos atos cotidianos de amor e fé pela salvação das almas! 

A Comunhão dos Santos

A Comunhão dos Santos é uma verdade de fé, uma união sobrenatural de todos os membros da Igreja, de todos os tempos e lugares. É ela que nos permite pedir a intercessão dos santos que estão na presença plena de Deus. É por meio dessa graça que as nossas orações alcançam as almas que estão no purgatório. Imagine que uma pessoa que vive do outro lado do planeta deve ter rezado, mesmo sem te conhecer, pela sua conversão e para que você tivesse um encontro pessoal com Cristo e uma experiência com Seu Amor! A oração e o amor não se limitam a tempo e espaço!

“Nós cremos na comunhão de todos os fiéis de Cristo: dos que peregrinam na terra, dos defuntos que estão levando a cabo a sua purificação e dos bem-aventurados do céu: formam todos uma só Igreja; e cremos que, nesta comunhão, o amor misericordioso de Deus e dos seus santos está sempre atento às nossas orações”. (CIC 962)

Que o Bom Deus nos abençoe!

 

Adriane Megale Luz

Consagrada da Comunidade Católica Pantokrator

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