É verdade, o bulling contra crianças gays é uma dura realidade nas escolas do Brasil e do mundo. Uma discriminação tantas vezes agressiva e desastrosa. Será que para resolver isso será necessário ensinar a todos a serem gays, ou ao menos, induzi-los na possibilidade de o serem? Também sofrem discriminação o gordinho, o magrelo, e tantos outros biotipos diferentes que podem ter relação com os costumes de alimentação. Também, suponhamos, uma criança asiática no Brasil que goste de comer insetos, se a turminha souber, vai ser desastroso. Seria a solução pedagógica ensinar, então, todos a comer como quiserem, muito ou pouco, sem critérios nutritivos, ou no caso mencionado, as crianças deveriam ser inseridas no costume de comer insetos? Não importa a natureza do corpo humano, a fisiologia de cada um. Importa que, para não se ter preconceitos sociais, que todos sejam livres das amarras da biologia humana, e comam como quiserem. Seria esse o caminho para resolvermos nossas diferenças na sociedade?
A verdade é que a ideologia se utiliza de situações sociais, geralmente fragilizadas, para impor seu método de revolução. Assim faz o comunismo com a realidade do proletariado oprimido; o feminismo com a mulher sem direitos e valor; o racismo reverso com o drama histórico dos negros; o ecologismo com a necessidade de se preservar a natureza no planeta; os nacionalismos em nome de respeitar a pátria e preservar a raça; e, por fim, a ideologia de gênero, em nome de resolver o problema da discriminação dos gays. A força das ideologias está em se apoiar em problemas reais na sociedade, sensibilizar os corações e enganar as mentes. Elas colocam uma lupa sobre o problema, agigantam, inclusive manipulando números sociais, fazendo parecer que o problema do mundo é a sua causa ideológica; e a solução é o seu ideal revolucionário. A proposta de gênero é, sim, uma ideologia porque se utiliza do sofrimento das pessoas que têm orientação sexual diferente da heterossexualidade para desestruturar a sexualidade humana e assim destruir a família, fonte das opressões na sociedade, segundo o marxismo.
Penso que todo o drama das diferenças sociais já tem sua solução há 2000 anos. Quem sabe, se o mundo escutar mais Aquele que, sendo Deus, morreu pelos homens, tão diferentes d’Ele, que nos diz palavras como essas: “Ouvistes o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus’ ” (Mt 5, 43-45).
André Luis Botelho de Andrade
Fundador e Moderador Geral da Comunidade Católica Pantokrator