Foi o teu olhar que me alcançou

olhar

O olhar de Deus está sobre sua Criação como podemos ver em Hb 4,13: “Nada, em toda a criação, está oculto aos olhos de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos daquele a quem havemos de prestar contas”. Toda a Criação é sustentada e gerada constantemente por Ele. Mas os homens pela marca do pecado original tentaram se esconder desse olhar: “Os olhos dos dois se abriram e perceberem que estavam nus, então juntaram folhas de figueira para se cobrir…. esconderam-se da presença do Senhor entre as arvores do jardim” (Gn 3,7-8b).

A fragilidade do homem 

Foi a partir da experiência do pecado e da desobediência que o homem teve consciência de sua fragilidade e de sua dependência de Deus. Então, eles sentem vergonha, sentem medo por escutarem os passos de Deus e escondem a sua verdade com folhas de figueira, pois Deus havia dado a eles a vida, mas eles escolheram a morte do pecado. O olhar do homem sobre ele mesmo é danoso; e com certa razão, pois, ao olhar para nossa natureza tão fraca, somos tomados de angústia e pavor. Foi isso que Adão e Eva viram ao perceberem seus corpos nus, a fragilidade da sua existência.

A consciência de que foram enganados pela serpente com a ideia de ser como Deus, isto é, ser capaz de gerar a própria vida, apresenta-se para eles quando se descobrem criaturas dependentes do seu Criador. Esse grito de independência e rebeldia não passa de soberba. Quantas vezes nós temos o mesmo movimento em nossos corações, queremos em um grito de rebeldia nos declarar independentes de Deus, geradores da própria existência! Essa é a grande ferida da humanidade.

Porém, o olhar de Deus sobre o homem é de misericórdia, que o faz arcar com as consequências de sua escolha, mas que tem um amor tão profundo que nos promete a redenção e nos dá seu filho para perdoar nossas faltas. Vejam, nossa soberba é uma profunda ofensa ao Senhor, pois, assim como Adão e Eva, estamos falando para Ele que não precisamos do seu amor; e mesmo assim, Ele nos alcança com Sua salvação.

Seu olhar acompanha seu povo no deserto e não os deixa sozinhos mesmo em meio às sobras da morte, como uma mãe que percebe o perigo e ensina seu filho, mesmo em meio a manhas e teimosias, Deus vem até nós e nos ensina os caminhos da eternidade, pois Ele conhece todo nosso ser, mesmo antes de sermos gerados, como diz o Salmo 138, pois foi Ele mesmo que nos amou a ponto de nos dar a dádiva da vida.

Seu olhar é fiel e não descansa até todo seu povo estar sob suas asas. Ele é como a águia que cuida dos seus filhotes. Não sejamos ignorantes para deixar esse Amor eterno passar por nós sem tomar posso dele. Não sejamos soberbos para não olhar para quem nos olha constantemente, pois Sua misericórdia não tem fim. Ainda temos tempo para nos arrepender dos nossos pecados, das nossas rebeldias e voltarmos para a casa do Pai, pois é apenas n’Ele que vamos encontrar o que tanto buscamos, o Amor eterno.

Tayná Barbosa
Postulante da Comunidade Católica Pantokrator

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