Precisamos falar sobre o Amor, mas não qualquer amor. Hoje quero falar sobre o Amor Autêntico! Aquele amor que é livre; que se entrega de forma total; é fiel e fecundo. E como ele se realiza e ganha sentido? Através dos nossos corpos; por isso precisamos falar sobre a virtude que protege a nossa afetividade e sexualidade: a Castidade.
Atualmente, vivemos num mundo onde o corpo é cada vez mais tratado como objeto e a pureza e castidade são valores “fora de moda”. E poucas são as pessoas que estão dispostas a lutar pela vivência desses valores, afinal de contas: “isso aí oprime a minha liberdade; meu corpo minhas regras”!
Vou dizer uma coisa para vocês: escolher embarcar nessa aventura de Ser de Deus e seguir na contramão da ideologia hedonista; da cultura de superssexualização, não vão te colocar numa bolha especial, onde seu corpo já não sente mais nada, onde a concupiscência da carne já não existe mais, onde todas as carências serão curadas, onde namorar, beijar, abraçar (,) não vão despertar o desejo sexual. Sejamos sinceros, isso não vai acontecer! Não mesmo! Somos humanos e todos nós que buscamos viver a castidade temos um corpo, por isso precisamos falar sobre o corpo.
No entanto, é muito comum nos grupos da Igreja, em nossas comunidades, vivermos um puritanismo tão grande que acaba por nos transformar em pessoas “castradas” e não “castas”. Olhamos o sexo como algo sujo, vergonhoso e, por medo do inferno ou do castigo de Deus, reprimimos qualquer pensamento e nem falamos sobre o assunto.
É mais fácil reprimir o nosso corpo e o que sentimos do que nos reconciliar com ele à luz do Espírito Santo. Tenho uma coisa para dizer: Deus não santifica anjos, ideais, ilusões; Ele santifica homens e mulheres de carne e osso.
Deus não santifica anjos, ideais, ilusões; Ele santifica homens e mulheres de carne e osso.
“Através do fato de o Verbo de Deus ter se tornado carne, o corpo entrou na teologia, eu diria, pela porta principal”. Por essa citação de São João Paulo II, temos a certeza de que Deus não rouba nada de nós, nem mesmo nosso corpo; Ele nos dá tudo para vivermos segundo a ordem do amor.
Castidade não é uma força opressora criada pela Igreja para ninguém fazer sexo antes do casamento. A castidade é a força que protege o amor, é a assimilação da minha potência para o amor. A pureza me leva a olhar o corpo não mais como objeto para minha satisfação pessoal, mas sim enxergá-lo como dom de Deus. Pela pureza, percebo que o corpo é um sinal visível do invisível, da alma habitada por Deus.
Não é fácil viver a castidade no mundo superssexualizado de hoje, é luta! Precisamos partilhar sobre nossas dúvidas, procurar a cura da nossa afetividade e sexualidade, afastar todo puritanismo de nossas partilhas e deixar o Espírito Santo nos revelar a beleza de sermos homens e mulheres de carne e osso!
São João Paulo II, por inspiração de Deus que nos ama, deixou-nos uma série de catequeses conhecida como Teologia do Corpo. Um verdadeiro presente, uma resposta de amor para você, que assim como eu, achava que castidade era só não fazer sexo antes do casamento e iremos para o inferno se sentirmos ou pensarmos qualquer coisa sobre isso.
Ao final desse post, deixarei algumas referências, caso queira se aprofundar nesse assunto e embarcar nessa aventura de reconciliação com o corpo para escolher com liberdade essa força que protege o amor – a CASTIDADE!
Que o Bom Deus nos abençoe e Nossa Senhora nos conduza nessa luta.
Fernanda Guardia
Consagrada da Comunidade Católica Pantokrator
- http://teologiadocorpo.com.br/curso-virtual/
- http://pt.aleteia.org/2017/03/10/introducao-a-teologia-do-corpo-parte-1-o-pecado-reprime-o-homem/
- https://padrepauloricardo.org/cursos/teologia-do-corpo
- https://padrepauloricardo.org/cursos/como-namorar-bem