Esses dias estava fazendo adoração e a passagem do Jantar em Betânia, do capítulo 12 do Evangelho de São João tocou muito o meu coração, e desde então tenho rezado com ela. Assim, de uma maneira muito simples, mas verdadeira, quero partilhar com você os frutos que essa palavra de Verdade tem realizado na minha vida e que pode fazer muito na sua.
Para contextualizar, nessa passagem Jesus foi até Betânia e jantou na casa de um dos seus amigos. E lá, Maria, irmã de Lázaro, derrama aos pés de Jesus uma quantidade grande de um bálsamo muito caro, cheiroso e valioso. Ela derramou uma verdadeira riqueza aos pés de Jesus, ela quebrou o vaso de alabastro aos pés do Senhor!
A ousadia de quem reconhece o Senhor
Isto é, Maria não reteve as suas riquezas para si! Ela derramou, ousadamente, tudo o que tinha, todo o seu perfume e essência, aos pés Daquele que é merecedor de toda a nossa vida. Ao derramar a essência de nardo puro, ela derramou toda a sua identidade, a verdade mais pura do seu ser, aos pés do Senhor.
Maria confiou a riqueza de sua vida a Jesus, a sua verdade, porque sabia que Jesus era o único que a detinha. Ela derramou o nardo puro Àquele que tem o domínio de sua vida, pois Ele é o Único e Poderoso. Ela não reteve, nem economizou, mas doou sem medidas!
Qual é a composição da minha essência?
Isso me fez questionar quais são as riquezas do meu coração que eu retenho e não derramo, quais são os meus sonhos, os meus desejos, as minhas riquezas, as minhas concepções, ideais tão caras que me impedem de confiar que Ele precisa ser agraciado com o perfume da minha verdade! E eu me deparei com tantas riquezas, que poderiam ser um verdadeiro nardo que encheria de alegria o Senhor, mas que tem vencido e apodrecido dentro de mim, pela minha desconfiança e pela minha vontade de ser deus de mim mesma.
Então eu percebi que quando eu não me derramo a Jesus, é o mesmo que não confiar que Ele é o Deus sumamente bom que governa tudo e que me possui por inteiro. Quando eu retenho as minhas riquezas para mim é a minha desconfiança gritando de que Ele não é digno de me ter por inteiro.
E ali, aos pés de Jesus, naquela adoração, eu me decidi por entregar tudo, por me derramar inteiramente! E fui dizendo, Senhor, toma o meu perfume, a minha essência, a minha verdade, porque o Senhor é o meu Deus, o Senhor é o meu Cristo, é o meu Pantokrator, o Senhor me possui! Eu quero Te perfumar com o meu desejo de santidade, com a pureza do meu coração, com um desejo ardente de conversão! Eu quero perfumar a Tua divindade com a minha humanidade, limitada, mas reconhecedora da Tua Soberania e do Teu Poder!
E ali, mesmo em meio de um perfume aparentemente vencido pelas minhas misérias, eu derramei um bálsamo puro e riquíssimo: o louvor! A chave para o Senhorio de Cristo é o derramamento da verdade da minha vida e da minha alma, nem sempre muito cheirosa, mas extremamente perfumada pelo reconhecimento de que Ele é!
Descobri, assim, que o maior perfume para mim e para o mundo é pronunciar alegremente, com todo o meu ser, que Ele é, só Ele é!
Ana Clara Gonçalves
Postulante da Comunidade Católica Pantokrator