À primeira vista parece que a resposta para essa pergunta é muito complexa de ser dada, com muitas construções intelectuais e afins. Ocorre que a resposta para uma vida de vitória contra as tentações se dá em atitudes concretas que não são elaboradas, mas sim exigentes.
Isso porque, a luta contra a tentação é a luta contra a vontade corrupta do homem, assentada no egoísmo e no orgulho. A tentação tenta remeter o homem para a decisão que o fez escolher o fruto proibido, qual seja, querer ser como Deus!
Assim, uma vida concreta na luta contra as tentações reside na luta contra querer ser Deus de si, desde o menor aspecto do cotidiano até a decisão mais significativa. Isto é, a necessidade de vencer as tentações está desde a luta contra uma pequena reclamação, até a luta contra a tendência de cometer o crime mais perverso. Ela é uma constante na vida do homem, e será até morrermos, o que não significa que não venceremos.
Por que caímos nas tentações
Aí há a resposta para a fatídica e elementar pergunta: se o porquê de cairmos na tentação é querer ser como Deus, a resposta paradoxal a ela é recorrer a Deus como o único Senhor. É viver, na prática, o que rezamos tantas vezes no Pai Nosso: “Pai Nosso que estais no Céu, Santificado seja o Vosso Nome!”. Ou seja, é reconhecer que maior que Ele não há.
Quando fazemos esse movimento de empobrecimento e de humildade e reconhecemos que nada somos sem Ele, consequentemente, nos afastamos da tendência de nos bastarmos sem Ele – querendo ser o nosso próprio Deus – e reconhecemos que o pecado, sendo a efetivação da tentação, nos afasta daquilo que é o nosso maior bem! E isso contraria toda a lógica!
Dai-nos uma boca de louvor
Tal verdade precisa ser enraizada em nossas vidas, para que assim tenhamos asco e repulsa a tudo aquilo que nos afasta do coração do nosso Sumo Bem. Contudo, para enraizar essa verdade, há uma saída prática, confiável e muito efetiva: o louvor!
Chegamos, portanto, ao clímax da resposta: a melhor forma de vencer a tentação é habitar no louvor a Deus! Isso acontece, pois no louvor reconhecemos que como Deus não há, reconhecemos a Sua divindade, soberania, majestade, reconhecemos a nossa dependência! No louvor nós nos reconhecemos como plenamente necessitados e isso nos ajuda a entender o quão triste e absurdo é cedermos ao pecado através das tentações.
Não só, o Inimigo não encontra espaço em nós para realizar as suas perversidades, uma vez que estamos alicerçados pelo reconhecimento de que só Deus é Deus. Nada pode o Inimigo contra aquele que se sente pequeno e completamente dependente do Amor Poderoso de Deus!
Ana Clara Gonçalves
Postulante da Comunidade Católica Pantokrator