É possível que você já tenha se deparado com situações que pareciam sem solução, seja algum problema prático ou pessoal. Pode ser que tais situações tenham te desanimado e levado a pensar “já que não tem solução, eu desisto, vou viver desse jeito mesmo”.
São inúmeras situações com várias possibilidades de desfechos, mas, como somos cristãos e cremos no Deus do impossível, viver “desse jeito mesmo” não é resposta ou postura admissível diante dos nossos problemas.
São Francisco de Assis tem uma reflexão bem interessante que diz o seguinte “comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, em breve estarás fazendo o impossível”. Veja a simplicidade nessas palavras, mas, com um ensinamento tão profundo.
Infelizmente, na nossa cultura atual existe uma resistência em viver e fazer as pequenas coisas, cumprir o dever de estado e manter uma constância na rotina, mas, qual a consequência disso? Uma geração ansiosa, medrosa, fraca, triste e vazia, por esperar grandes coisas, buscar uma perfeição ilusória e não parar para refletir diante dos fracassos ou de problemas de qualquer natureza que surgem na vida.
Muitas vezes temos o olhar orientado para grandes feitos, grandes manifestações ou soluções mirabolantes e não paramos para analisar as questões que nos surgem e assim seguir os passos ensinados por São Francisco: O que é necessário fazer agora? Diante disso, o que é possível fazer? Sem esses passos anteriores a jornada para o impossível nunca acontecerá.
Vejam a história de Naamã, o sírio leproso, que foi buscar ajuda do profeta Eliseu. Naamã estava diante de uma doença que na época não tinha cura e vivia com ela; soube do profeta que poderia curá-lo e fez o que era necessário e possível de ser feito, arrumou tudo e seguiu para ver o profeta. Pobre de Naamã que esperava uma grande manifestação do profeta e foi surpreendido com um recado “vai ali no rio e toma banho sete vezes”.
Indignado pela solução não ter vindo do jeito que ele esperava quase que foi embora sem a cura, se não fosse o empregado ter dado uma ajuda e o feito voltar o olhar para o necessário, o simples, o possível naquele momento, jamais teria recebido a graça do impossível que era a cura da lepra.
Essa história ratifica o que São Francisco e tantos outros santos nos ensinam, o poder das pequenas coisas.
Tantas são as oportunidades que perdemos de ajudar o próximo; de melhorar nossa vida interior e nosso processo de conversão; de ter uma vida mais plena e cheia de sentido, simplesmente por termos o olhar orientado para o impossível que não conseguimos por conta dos nossos limites e optamos por nada fazer.
Meus amigos, não esperem a solução perfeita, a motivação maravilhosa. Façam o que é necessário e possível no momento, não tenham medo de que as vezes esse necessário seja “apenas” uma oração. Não parem diante dos limites e fraquezas, façam o que for necessário para continuar no caminho e como diz São Francisco “em breve farás o impossível”.
Que o Espírito Santo nos dê o dom da sabedoria em todas as situações para podermos ter clareza do que nos cabe fazer no momento e não parar nos nossos limites.
Deus os abençoe.
Fernanda Guardia
Consagrada da Comunidade Católica Pantokrator