Anjo da Guarda

anjo da guarda

A existência dos anjos é um dogma, ou seja, uma verdade de fé da Igreja. Trata-se de uma verdade contida na Sagrada Escritura, proclamada nos Concílios Ecumênicos, afirmada pela unanimidade dos Santos Padres e ensinada por todos os teólogos fiéis ao Magistério da Igreja. A definição dogmática ocorreu no IV Concílio de Latrão, realizado no ano de 1215. Antes desse Concílio, a existência dos anjos já havia sido afirmada e formulada no Concílio Ecumênico de Niceia I (ano de 325), sob o pontificado do Papa São Silvestre, cujo decreto D.54 explica claramente: “Creio em um só Deus, Pai Todo-Poderoso, Criador do Céu e da Terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis.”

Os anjos são espíritos puros e seres extremamente simples, assim como Deus é simples. Eles foram criados todos de uma só vez e dotados de inteligência e graças. São Tomás nos ensina que os anjos foram submetidos a uma prova, a fim de demonstrar a Deus sua liberdade de escolha e fidelidade às missões que lhes seriam designadas.

O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que:

A EXISTÊNCIA DOS ANJOS UMA VERDADE DE FÉ

Parágrafo 328 – A existência dos seres espirituais, não-corporais, a que a Sagrada Escritura habitualmente chama anjos, é uma verdade de fé. O testemunho da Escritura é tão claro como a unanimidade da Tradição.

 QUEM SÃO OS ANJOS?

Parágrafo 329. Santo Agostinho diz a respeito deles: «Angelus […] officii nomen est, non naturae. Quaeris nomen naturae, spiritus est; quaeris officium, angelus est: ex eo quod est, spiritus est: ex eo quod agit, angelus -Anjo é nome de ofício, não de natureza. Desejas saber o nome da natureza? Espírito. Desejas saber o do ofício? Anjo. Pelo que é, é espírito: pelo que faz, é anjo (anjo = mensageiro)» (168). Com todo o seu ser, os anjos são servos e mensageiros de Deus. Pelo facto de contemplarem «continuamente o rosto do meu Pai que está nos céus» (Mt 18, 10), eles são «os poderosos executores das suas ordens, sempre atentos à sua palavra» (Sl 103, 20).

Parágrafo 330. Enquanto criaturas puramente espirituais, são dotados de inteligência e vontade: são criaturas pessoais (169) e imortais (170). Excedem em perfeição todas as criaturas visíveis. O esplendor da sua glória assim o atesta (171).

Devoção ao anjo da Guarda

É muito importante entendermos que cada pessoa tem seu anjo da guarda pessoal, que será fiel à nossa vida até a nossa morte. Nossos anjos são nossos amigos. Não existem segredos entre nós, pois eles sabem tudo o que fazemos e também o que pensamos, quando Deus lhes comunica.

Por que ter devoção ao anjo da guarda? A primeira razão é que ele tem devoção por nós, cuida de nós com dedicação e piedade. Ele vela constantemente pelo nosso bem-estar, especialmente para que vivamos os sonhos de Deus em nossas vidas. Mesmo que eu me esqueça do meu anjo da guarda, ele jamais se esquece de mim, pois está focado na missão de me levar ao Céu.

Uma carta do Padre Pio

Padre Pio de Pietrelcina foi um frade e sacerdote católico da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Foi beatificado em 2 de maio de 1999 e, em 16 de junho de 2002, proclamado santo pelo Papa João Paulo II. Ainda pequeno, tornou-se amigo do seu anjo da guarda, que o auxiliava constantemente na fidelidade a viver a vontade de Deus. 

Padre Pio recomendava frequentemente às pessoas que recorressem à ajuda do seu anjo da guarda. Confira abaixo um trecho de uma carta que ele enviou a Annita Rodote, sua dirigida espiritual:

“Que teu bom anjo da guarda vele sempre sobre ti, que possa ser teu guia no áspero caminho da vida. Que sempre te mantenha na graça de Jesus e te sustente com suas mãos, para que tu não tropeces em nenhuma pedra. Que te proteja sob suas asas de todas as armadilhas do mundo, do demônio e da carne.

Esforça-te, Annita, por ter uma grande devoção a esse anjo tão benéfico. Que consolador é saber que perto de nós há um espírito que, do berço ao túmulo, nunca nos abandona, nem mesmo quando nos atrevemos a pecar! E este espírito celestial nos guia e protege como um amigo, um irmão…

Nunca digas que estás sozinha na batalha contra os teus inimigos. Nunca digas que não tens ninguém com quem te possas abrir e confiar. Isso seria uma grande ofensa que se faria a este mensageiro celestial”, o teu anjo da guarda”. 

Santa Teresinha do Menino Jesus

Em sua poesia “A meu Anjo da Guarda”, escrevia:

Ó tu que cruzas o espaço
Mais veloz do que os relâmpagos,
Peço-te, em meu lugar,
Voa até aqueles que amo!
Com as asas seca seu pranto,
Canta que Jesus é bom
E que a dor tem seus encantos
E sussurra-lhes meu nome…” [2]

É uma alegria saber que nunca estamos sozinhos. Por isso, rezemos diariamente ao nosso bom amigo e protetor:

 “Santo anjo do Senhor, meu zeloso guardador, a ti me confiou a piedade divina. Sempre me rege e guarda, governa e ilumina. Amém”.

 

Tatiane Sales Ruyz
Postulante da Comunidade Católica Pantokrator

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