Falar de vitória nos remete diretamente ao sentimento de êxito, de sucesso, de chegar ao resultado esperado. E isso não está errado. No entanto, podemos nos enganar quando colocamos todo o nosso olhar no final da trajetória sem nos darmos conta de todo o caminho percorrido.
Para entendermos melhor, podemos fazer um paralelo com uma guerra, em que o objetivo maior de cada um dos oponentes é alcançar a vitória. Vamos nos recordar de algum filme ou livro que já vimos sobre a temática. Normalmente são mostrados momentos de planejamento, busca de estratégias e a preparação para as batalhas.
De batalha em batalha, mesmo que derrotados, eles se reorganizam e criam novas estratégias. Afinal, agora já conhecem melhor o adversário e podem combatê-lo de forma mais assertiva. Na maioria das histórias, o protagonista vence no final após uma grande e última batalha. Mas será que só a vitória final é que foi significativa?
Qual vitória devo buscar?
Quando analisamos melhor essas ficções ou mesmo quando nos aprofundamos nos fatos históricos, percebemos que ninguém é o verdadeiro vencedor sem que conquiste a vitória nas pequenas batalhas. Não devemos nos ater somente ao placar para nos considerar um vitorioso. Da mesma forma acontece em nossas vidas. Todos temos metas, objetivos e sonhos e, muitas vezes, para alcançá-los, é preciso que se trave uma guerra, onde nosso rival somos nós mesmos.
Quando lutamos contra um vício ou um pecado, podemos pensar que a vitória só será alcançada quando vencermos tal situação. Isso não está errado, mas se olharmos só para isso, basta que uma recaída já nos faça sentirmos como um fracasso, um derrotado, sem esperança.
A vitória sob o olhar de Cristo
Essa deve ter sido sensação dos seguidores de Cristo ao olhar para Cruz. O sentimento de que tudo estava acabado, de que Cristo havia sido derrotado. No entanto, hoje sabemos que foi necessário que Cristo passasse por esta “derrota” para que Seu esplendor fosse manifestado.
Pode ser que nossa grande batalha ainda não tenha sido vencida. Mas clame o Espírito Santo para que possa olhar com os olhos de Cristo sobre suas pequenas batalhas para que possa enxergar suas vitórias.
As virtudes que o Senhor nos ensina, como a humildade, a caridade, a fé etc, são como uma lente para que possamos ver melhor, para que possamos caminhar na direção correta. O louvor, a reconciliação e a eucaristia são as armas que devemos buscar para que saiamos vencedores em cada combate.
Além disso, jamais devemos desanimar, “Porque o Senhor, vosso Deus, marcha convosco para combater contra os vossos inimigos e para vos dar a vitória” (Dt 20, 4)”.
Tenhamos coragem!
Vanessa Cícera
Consagrada da Comunidade Católica Pantokrator