A santidade se faz por meio de renúncias

A santidade é algo inatingível para você? Convido você a percorrer comigo essas linhas e Deus tocará o seu coração, lhe mostrando que ela está mais acessível do que você imagina.

Desejar viver a santidade em um mundo atualmente distorcido é algo banal hoje em dia. A maioria das pessoas não acreditam nela, ou, se acreditam, não a buscam, pois a consideram algo difícil e doloroso demais para se conseguir.

A verdade é que as pessoas desistem antes mesmo de tentar.
Caro(a) leitor(a), tenho uma notícia para te dar: Sim, ela é possível! Basta desejá-la e ir ao encontro dela para vivê-la, e Deus concederá a graça de te colocar a caminho dela.

Sabemos que, nesse processo de busca da santidade, haverá algumas renúncias, e aqui quero chamar a sua atenção.

Renúncia não é algo pesado; ao contrário, é uma resposta de fidelidade e de amor a Deus. Quando Ele nos propõe a deixar algo para trás ou mudar os nossos atos, é porque certamente essas coisas não condizem mais com quem você está se tornando ou vai se tornar.

É necessário pedir a graça de Deus para que você tenha esse olhar e esse movimento. Quanto mais você renuncia as coisas que Deus vai te pedindo, mais o seu olhar vai buscando as coisas do alto e desejando o céu.

Para nos fazer tocar essa busca da santidade nas coisas simples do dia a dia e nos instigar a buscá-la, Deus suscitou dois santos, para citar nessa leitura.
Vem comigo!

Percorrendo a Santidade.

Santa Brígida, conhecida como filha do Rei da Suécia, foi entregue em casamento a Wulfon, príncipe de Nerícia. Mesmo cercada de toda realeza, dedicou-se por anos a orações e sacrifícios para a conversão do seu marido. Ele era um homem entregue aos seus vícios e paixões. Com o passar do tempo, Deus lhe concedeu essa graça.

Caro(a) leitor(a), eu poderia parar a história por aqui, porque Santa Brígida nos dá uma lição básica de humildade e simplicidade. Coloquemo-nos no lugar dessa santa. Será que, mesmo sendo entregues a um casamento, teríamos coragem de ignorar os vícios e paixões desse marido ou esposa? Iríamos perdoá-lo(a) e rezar pela conversão dele(a)?

Muitos responderiam aqui que não! Uns iriam esbanjar a riqueza e ignorar o marido ou a esposa, e alguns certamente iriam então abandonar tudo. Seriam poucas pessoas, ou talvez nenhuma, que insistiriam nessa trajetória.

Agimos assim porque colocamos a nossa fraqueza em primeiro lugar e, logo depois, duvidamos da graça de Deus. Fugimos das renúncias e dos sacrifícios porque o nosso olhar está no exterior, nas coisas que podemos ver, pegar, e não em Deus, nos momentos que Ele pode transformar e santificar.

Vamos então ao derradeiro da trajetória de Santa Brígida. Casada, ela deu a vida a 8 filhos, desses perdeu um e, aos 32 anos, o marido morreu. Antes de sua morte, diante da conversão que Deus lhe tinha concedido, ele tinha iniciado com ela uma vida de práticas de piedades.

Santa Brígida passou agora a ser viúva. Mesmo sem a presença do seu cônjuge, ela se dedicou ao serviço dos mais necessitados, dentro de um hospital que eles mesmos fundaram, tornando-se assim viúva, mãe de 8 filhos, dona e serviçal de um hospital.

Caro(a) leitor(a), que santidade, não é mesmo? Só de pensar no vigor dessa santa, na sua santidade buscada e revelada no dia a dia, isso nos deixa extasiados. Esse é um exemplo de que, quando se ama, as renúncias não pesam; ao contrário, elas transbordam de graça.

Entretanto poderia ter desistido, parado na morte do filho, do marido, ter duvidado de Deus, ter murmurado que a maternidade já a consumia, mas não. Se lançou no simples, sendo mãe, cuidando e doando o seu dom de ser mulher, esposa, sendo o verdadeiro Cristo para aquelas pessoas. Tinha tudo para não ser santa diante de tanta riqueza e realeza, mas assim ela o foi, se deixou ser gerada e guiada por Deus.

“Pois quando eu sou fraco, então eu sou forte.” (Coríntios 12,10)

 Já sabe quem é o segundo santo da nossa leitura? Sim! São Paulo Apóstolo.

São Paulo, antes de se tornar Paulo, era Saulo. Durante sua vida velha, perseguia os Cristãos e, diante do seu estado de ira, aconteceram muitas mortes e derramamento de sangue. Porém Jesus o encontra, fala com Ele e, diante de uma luz forte, ele fica cego durante 3 dias, até que Ananias, escolhido por Deus, reza por ele e proclama sobre ele o batismo do Espírito Santo. Saulo então se torna Paulo.

Paulo é convertido, ou seja, começa a viver e buscar a santidade nas pequenas coisas. Ele era um homem de um temperamento forte, audacioso, orgulhoso, não esbanjava humildade, arrogante, as pessoas tinham medo dele.

O processo de vida nova faz Paulo se abaixar diante de Deus; ele deixa o Senhor colocar ordem na sua vida, deixando Deus moldar o seu temperamento, a sua falta de humildade. Ele deixa Deus guiar os seus passos e agir por ele.

Tomando posse da verdade, que é Deus, Paulo então sai a proclamá-la e, mesmo diante das grades dificuldades, um pouco antes de morrer, ele ainda escreve às comunidades a verdade sobre Cristo e leva até hoje as pessoas a ouvirem diante das Sagradas Escrituras.

Saulo não era bonzinho, ele era pecador, assim como eu e você! Diante de uma ira e de um temperamento forte. Humanamente ele já tinha estragado tudo. Magoou pessoas, famílias, derramou sangue, houve morte.
Não tinha como essa história dar certo, não é mesmo?

Mas aqui está a beleza da renúncia e da busca da santidade. Ele teve que morrer para as vontades dele e olhar e buscar viver para Cristo. Que alegria! Deus restaura tudo, num simples sim, num simples desejo de ser diferente. Nada está perdido. Deus tudo pode mudar, acredite nisso!

Em Santidade eu vou viver.

Caro leitor, nas duas histórias relatadas acima, Deus nos mostra que, sim, a santidade é atingível através do ordinário do nosso dia. Numa, por meio de uma vida doada a um casamento, aos filhos e aos necessitados; na outra, por meio de arrependimento, mudança de vida, ordem de temperamento, da sua história e das emoções.

Nenhuma renúncia foi pesada para nenhum dos dois santos, porque eles tinham o seu olhar diante do céu, diante Daquele que podia fazer tudo mudar. Mesmo Paulo, na sua cegueira espiritual, Deus cura. Santa Brígida, diante das mortes e sacrifícios, Deus a direciona e lhe dá forças.  Eles queriam a vida em abundância, queriam ajudar as outras pessoas, e foram se doar.

Só consegue se doar quem anseia o céu, quem anseia por estar perto de Deus e viver para Ele. Ninguém viveu de egoísmo, retendo tudo para si; eles doaram o dom da vida deles, deram tudo de si.

Não  sei o que você já passou na sua vida, ou o que você vive, mas nada do que você tenha feito de errado é motivo para desistir da santidade. Ao contrário, Deus usa desse meio, um tropeço, para o recomeço. Tenha fé.

Aceite-se, reconcilie-se com a sua história e caminhe com Deus. Deixe-O te guiar e te mostrar que, quando se ama, nada pesa. Sim, haverá Cruz, não existe caminho com Cristo sem Cruz, mas existe o céu, a ressurreição, a felicidade e a liberdade de viver para Ele e com Ele.

Desejo que, diante dessa leitura, você tenha um encontro com Deus, se sinta amado(a) e que juntos possamos percorrer o caminho da Santidade.

Quando pensar em desistir, lembre-se:

“Viver para mim é Cristo, morrer para mim é ganho”. (Filipenses, 1)

 

Deus o abençoe.

Carla Gaspar
Postulante da Comunidade Católica Pantokrator 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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