A Esperança através da Anunciação do Senhor

A Anunciação do Senhor, também conhecida como a Festa da Encarnação, é uma celebração cristã que comemora o momento em que o anjo Gabriel anunciou à Virgem Maria que ela conceberia e daria à luz Jesus, o Filho de Deus.

Esta festa é celebrada anualmente em 25 de março, nove meses antes do Natal, e é um dos eventos mais significativos no calendário litúrgico cristão.

O dia 25 de março caiu na Semana Santa, a Solenidade foi transferida para a primeira segunda-feira depois da Oitava da Páscoa, este ano, em 08 de abril.

O relato da Anunciação do Senhor encontra-se nas Sagradas Escrituras:

“No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. Entretanto o anjo disse-lhe: “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo”.

Perturbou-se ela com estas palavras e pôs-se a pensar no que significaria semelhante saudação. O anjo disse-lhe: “Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás a luz um filho e lhe porás o nome de Jesus.

Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim”.

Maria perguntou ao anjo: “Como se fará isso pois não conheço homem?”. Respondeu-lhe o anjo: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com sua sombra.

Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus. Também Isabel, tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice, e já está no sexto mês aquela que é tida por estéril porque a Deus nenhuma coisa é impossível. Então disse Maria: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”. E o anjo afastou-se dela” (Lc 1, 26-38).

A beleza da Anuciação proclamada no evangelho de São Lucas

O Evangelho de Lucas narra como foi esse dia tão especial, esse dia tão importante na história da humanidade. Foi o dia que “...o verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14).

O Verbo é Jesus Cristo, que se encarnou no seio da Virgem Maria. “O verbo se fez carne para nos salvar, reconciliando-nos com Deus” (CIC 457), e assim podemos experimentar a sua presença e salvação que, de fato, veio ao mundo por amor a nós.

A Igreja confessa que Jesus é inseparavelmente verdadeiro Deus e verdadeiro homem, pois Nosso Senhor não foi somente um grande Homem na história ou simplesmente alguém muito importante, mas, sim, que Ele é Deus. Cristo “É verdadeiramente o Filho de Deus que se fez homem, nosso irmão, e isto sem deixar de ser Deus, nosso Senhor” (CIC 469).

O Verbo se fez carne para que pudéssemos conhecer o amor de Deus. Jesus se encarnou para ser nosso modelo de santidade e nos mostrar o Pai, como Ele próprio disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai a não ser por mim” (Jo 14,6).

O verbo se fez carne através do Amor de Deus por nós. 

Dessa forma, Jesus é o modelo de bem-aventuranças e a norma da Nova Lei, que é amar uns aos outros como Ele nos amou (Cf. CIC 458-459). O Verbo se encarnou não porque Deus teria que atuar assim, mas porque Deus quis assim.

A encarnação constitui o vértice insuperável e o cumprimento absoluto da história da Salvação; constitui o acontecimento central da história da salvação do homem em Cristo .

Por isso, essa verdade de fé na Encarnação de Jesus “é a alegre convicção da Igreja desde o seu começo, quando canta ‘o grande mistério da piedade’: ‘Ele foi manifestado na carne’ (1Tm 3,16)” (CIC 463); e “todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio na carne é de Deus” (1Jo 4,2).

No sim de Maria, tudo se fez. 

Isso quer dizer que acreditamos, conforme as Escrituras, que o Senhor se encarnou, que Deus veio a nós pelo sim de Maria, veio a nós para nos salvar!!!

Nisso consiste a esperança na Anunciação do Anjo – a história da humanidade muda para sempre a partir do SIM de Maria que foi predestinada para ser a Mãe de Deus, desde toda a eternidade, juntamente com a Encarnação do Verbo.

“No mistério de Cristo, Maria está presente já ‘antes da criação do mundo’ como aquela que o Pai ‘escolheu’ para Mãe de seu Filho na Encarnação, e, junto com o Pai, escolheu-a o Filho, confiando-a eternamente ao Espírito de santidade”.

Escolhida desde toda eternidade para ser a Mãe do Filho de Deus, Maria é preservada do pecado desde sua concepção”.

 É o que confessa o dogma da Imaculada Conceição, proclamado em 1854 pelo Papa Pio IX: ‘A beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua concepção, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano foi preservada imune de toda mancha do pecado original” (CIC, 491).

A Imaculada Conceição manifesta o amor gratuito de Deus, pois foi iniciativa divina e não mérito de Maria, mas de Cristo. Com efeito, “Esta ‘santidade resplandecente, absolutamente única’ da qual Maria é ‘enriquecida desde o primeiro instante de sua concepção, vem-lhe totalmente de Cristo: ‘em vista dos méritos de seu Filho, foi redimida de um modo mais sublime” (CIC, 492).

O Recapitular da história. 

A escolha divina respeita a liberdade de Maria, pois O Pai das misericórdias quis que a Encarnação fosse precedida pela aceitação daquela que era predestinada a ser Mãe de seu Filho, para que, assim como uma mulher contribuiu para a morte, uma mulher também contribuísse para a vida” (CIC, 488).

Por isso, desde muito tempo, os Padres da Igreja viram em Maria a Nova Eva; São Justino dirá que “Eva consentiu à serpente, e Maria consentiu ao anjo”. Eva, por sua desobediência, teve como consequência a morte; Maria, por seu consentimento, torna-se geradora de Cristo, o libertador da morte.

Eva se contrapõe à Maria no sentido em que a primeira desobedece a Deus consentindo com o mal; e Maria, em sua obediência, consente na realização do mistério da encarnação redentora. Cristo é o “Novo Adão” que irá redimir com seu sangue a humanidade decaída, e Maria, a “Nova Eva”, a mãe dos que revivem em Cristo.

A graça da Anunciação e a promessa da salvação. 

Na história de Salvação, a Anunciação é o momento central de graça. Chegou a hora do cumprimento radical do amor de Deus Pai e de sua promessa de salvação.

O Pai prometeu mandar para nós, pecadores, um Salvador. Agora, o amor de Deus torna-se visível na pessoa de seu Filho Encarnado. Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho” (Gl 4,4).

Santo Afonso insiste que Deus quis, por meio de seu amor “louco” pela humanidade, que o homem respondesse a esse amor amando a Deus com todo seu coração.

Que a contemplação da Encarnação, pelo mistério da Anunciação, convença-nos definitivamente deste Amor Devorador e Ciumento de Deus por cada um de nós, aumente a nossa fé e nos faça, a exemplo da Virgem Maria, submissos à vontade de Deus, mesmo diante de circunstâncias aparentemente impossíveis.

Ana Marta Fonseca
Discípula da Comunidade Católica Pantokrator

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