O Mistério da Ascensão de Jesus revela a nós o desejo que Deus tem de que participemos de Sua Glória. Isso porque, fomos criados para o Louvor da Sua Glória. “Depois que o Senhor Jesus lhes falou, foi levado ao céu e está sentado à direita de Deus” (Mc 16,19). Sim, por meio da Ascensão, Cristo nos abre as portas do Céu, resgata-nos a comunhão com o Pai e a harmonia entre humano e o divino, que havia sido quebrada com o pecado original.
Preparou um caminho para o Céu
Que grande graça recebemos. “Por este motivo irmãos, temos ampla confiança de poder entrar no santuário eterno, em virtude do sangue de Jesus, pelo caminho novo e vivo que nos abriu através do véu, isto é, o caminho de seu próprio corpo.” (Hb 10,12).
Jesus, por amor de cada um de nós, assumiu a nossa humanidade. Deus se fez homem, caminhou no meio de nós. Ensinou, curou e foi obediente até a morte de cruz. Ao terceiro dia, ressuscitou e, ainda, permaneceu quarenta dias na Terra para instruir os seus apóstolos. Ele cumpriu a Sua missão, de modo que o Seu corpo glorioso já não tinha mais espaço neste mundo corruptível, sinalizando, assim, também o nosso destino: o Céu! Esse Céu que não é algo material, mas a comunhão plena com o Pai.
Ele está vivo no meio de nós
É interessante ver a reação dos discípulos na despedida, uma vez não havia lamento, dor ou tristeza, mas, ao contrário, o evangelista relata que depois de terem adorado, voltaram para Jerusalém com grande júbilo (Lc 24, 52), pois sabiam que jamais estariam sozinhos. Eles creram, porque o próprio Mestre havia feito essa promessa: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,20).
O Papa Francisco, em uma de suas audiências, também destacou este mistério. Segundo ele “a Ascensão não indica a ausência de Jesus, mas diz-nos que Ele está vivo no meio de nós de modo novo; já não se encontra num lugar específico do mundo, como era antes da Ascensão; agora está no Senhorio de Deus, presente em cada espaço e tempo, próximo de cada um de nós. Na nossa vida nunca estamos sozinhos: temos este advogado que nos espera e nos defende.” (1).
Muitas vezes, permitimos que as mentiras do mundo roubem a alegria e a certeza de termos um Deus que caminha conosco. A grande obra do maligno é roubar a glória de Deus do meio dos homens e isso se dá pela tristeza, pelo apego às alegrias passageiras e pelo egoísmo.
Somos destinatários da Glória de Deus
Somos frutos e destinatários do Amor e da Glória de Deus. Um Deus que se importa com a nossa vida. “Entrou no próprio céu, a fim de agora se apresentar diante de Deus em nosso favor” (Hb 9, 24). Nos céus, Cristo exerce permanentemente o seu sacerdócio, “sempre vivo para interceder a favor daqueles que, por seu intermédio, se aproximam de Deus” (Hb 7, 25). Como “sumo sacerdote dos bens futuros” (Hb 9, 11), Ele é o centro e o autor principal da litúrgia que honra o Pai que está nos céus (CIC 662).
Além disso, segundo São Tomás de Aquino, contamos com inúmeras graças advindas da Ascensão, entre elas o fortalecimento da nossa fé: “Bem-aventurados os que creram sem terem visto!” (Jo 20,29). Uma fé que vai além dos sentidos e que é fortalecida a cada dia, com passos concretos de adesão a Deus e conversão.
Há também o aumento da nossa esperança, pois um dia estaremos no Céu. “A nossa meta deve ser o infinito, não o finito. O infinito é a nossa pátria. Desde sempre o Céu nos espera.” (Beato Carlos Acutis). E também o abrasamento da caridade, do amor para com Deus e por consequência para com próximo.
Andressa Aparecida da Silva
Consagrada da Comunidade Católica Pantokrator
Referências;
- Papa Francisco, Audiência Geral, 17 de Abril 2013
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