32 ANOS SUSTENTADOS PELO AMOR PODEROSO!

32 anos

Em 30 de setembro, a Comunidade Católica Pantokrator estará completando 32 anos de existência. Isso é motivo de grande louvor para todos da “Família Pantokrator”, pois “o poderoso fez por mim maravilhas” (Lc 1,49).  São incontáveis as obras de Deus nesses anos em nossas vidas e na vida de milhares de pessoas que de alguma forma beberam desse dom. Guardadas as devidas proporções, vem à minha mente o final do evangelho de São João: “Jesus fez ainda muitas outras coisas. Se fossem escritas uma por uma, penso que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que se deveriam escrever” (Jo 21,23). 

Para mim, pobre miserável que Deus, em Seu mistério, escolheu para viver a experiência fundante em 1986, essa história passa dos 32 anos. Posso dizer que tudo, cada detalhe, foi pura misericórdia de Deus. Tudo realmente foi sustentado pelo Amor Poderoso do Pantokrator. As lutas foram imensas, e realmente foram. Isso também renderia muitas histórias. Porém, a graça de Deus foi muito maior, “infinitamente maior do que tudo o que podemos pedir ou imaginar” (cf. Ef 3,20).

Para que a Obra de Deus cresça

Tantas vezes me perguntam o que é preciso para frutificar a Obra de Deus. Lembro-me de Jesus falando que “o Reino de Deus é como um homem que lança a semente à terra. Dorme, levanta-se, de noite e de dia, e a semente brota e cresce, sem ele o perceber” (Mc 4,26-27).  O Reino de Deus, a Obra de Deus, tem virtude nele mesmo, cresce por si, é obra do Espírito Santo.  O que temos que fazer é não atrapalhar. Se isso parece pouco, na verdade, é muito e não é fácil. Nosso orgulho e nossa vaidade são os grandes inimigos da Obra de Deus. 

  • Devido ao orgulho, não me submeto à vontade de Deus; então, acabo vivendo e conduzindo as coisas para um lugar que não são os projetos de Deus. Surgem aí os projetos pessoais. Misturo os projetos pessoais com os de Deus e, então, se a semente crescer, será uma árvore deformada e os frutos serão menos doces, talvez até amargos. Na prática, tudo começa a ficar sem sabor, as coisas ficam pesadas na comunidade, e aí vem o desânimo.
  • Devido à vaidade, quero transformar o dom de Deus em glória pessoal. Começo, mesmo que veladamente, tantas vezes sem perceber, a roubar para mim os louvores de Deus. Nesse caso, cessam os frutos e aparecem os espinhos. Na prática, começa a ter muita confusão dentro da comunidade. 

Outros pecados também atrapalham, como o egoísmo, a tibieza etc. É quando abrimos brechas para que o maligno semeie joios nos campos de Deus (cf. Mt 13,24-30). Isso sempre acontece; porque somos pecadores. Porém, duas situações diante do pecado irão comprometer a Obra de Deus:

  • Se o pecado passar a dominar os corações e crescer na vida da comunidade, o joio roubará o campo do trigo. 
  • Se, por sua vez, se compactua com o pecado, relativizando seu mal, sem lutar contra ele “até o sangue” (cf. Hb 12,4), vou confundir o joio com o trigo, acabando por colher o joio e destruir o trigo. 

Na Obra de Deus precisamos saber descansar, pois no texto acima Jesus fala que a semente cresce enquanto o semeador dorme. O que é esse dormir, esse descansar? Santa Teresa, no “Castelo Interior”, nos fala da quietude da alma.  A alma para se relacionar com Deus precisa aquietar suas faculdades: a razão, a vontade e a memória. Esse descansar é aquietar sua humanidade e confiar em Deus. Quando confiamos, deixamos o Espírito agir ao Seu modo, somos dóceis a Ele, que não se sabe “de onde vem, nem para onde vai” (Jo 3,8). Quando descansamos na confiança, deixamos o Espírito agir; e Ele é a virtude que faz a semente crescer, a Obra florescer em bons frutos. 

O semeador irá acordar. Se ele dormiu bem, estará pronto para trabalhar no campo que está florido. Ele o fará com alegria, porque está cheio da força do Espírito, que ganhou no descanso. O trabalho é enorme, realmente cansativo para o corpo, para a mente e talvez para a alma. Porém, em meio aos cansaços, o semeador que confia no Senhor sempre será revigorado no permanente descanso de sua alma diante de Deus. 

Tempo de louvar as maravilhas de Deus

Nesses anos, em meio às misérias de nossa humanidade, o campo cresceu e deu muitos frutos bons. Tudo é obra da misericórdia de Deus: Seu amor que nos acolhe e devora como El Shaddai e depois nos eleva na força do Amor Poderoso do Pantokrator. Isso precisa ser celebrado, porque, celebrando, louvamos a Deus e fazemos memória de Suas maravilhas. Ao fazer memória, os dons são misteriosamente renovados, o campo se enche de vida, para que em nosso sono diante de Deus, surjam novos frutos perenes, que alimentem o povo de Deus até o dia que o Senhor da vinha voltar. 

André Luis Botelho de Andrade
Fundador e Moderador Comunidade Pantokrator

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