A história que quero te contar hoje, é uma história que tem mais de 300 anos. Provavelmente, você em algum momento de sua vida, sendo católico ou não já deve ter ouvido falar ou até mesmo ter tido uma experiência profunda com Nossa Senhora Aparecida. A devoção Mariana surgiu da descoberta de uma imagem nas águas do Rio Paraíba do Sul, nos arredores de Guaratinguetá, região que depois de tornou o atual município de Aparecida.
Quando os pescadores Domingos Garcia, João Alvez e Filipe Pedroso vivenciaram a experiência de encontrar uma imagem da Virgem Maria no Rio Paraíba, em outubro de 1717, certamente não imaginavam que aquela pequena imagem, fragmentada entre corpo e cabeça e logo envolta em um lenço daria origem a tamanha devoção para toda a nação brasileira.
A história daqueles pescadores, nos faz recordar a passagem das bodas de Caná da Galileia (Jo, 1-5), em que Maria intervém ao seu filho e não permite que aqueles pobres pecadores, oprimidos pelas autoridades, não tivessem o que oferecer para o banquete que desejavam servir a Dom Pedro de Almeida e Portugal, o conde de Assumar, naquela época governador da Província de São Paulo e Minas Gerais. Assim, como no evangelho de João, Maria revela seu apreço aos pequenos. Após, a primeira pesca frustrada sem conseguirem pescar um único peixe, a pesca da imagem de Nossa Senhora, foi um grande sinal da presença da Mãe de Deus, não somente para aqueles homens, mas para todo o vilarejo de Guaratinguetá. Após, pescarem as partes de Nossa Senhora, os pescadores foram surpreendidos com tamanha fartura de peixes, o que lhes fez atribuir à santa aquele milagre.
Esse foi o princípio da devoção de Nossa Senhora Aparecida. Que, desde então, tem se tornado cada vez maior, à medida que muitas graças e milagres são alcançados por seus fiéis.
Algumas curiosidades sobre Nossa Senhora Aparecida
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- A imagem considerada milagrosa está abrigada em um nicho a 4 metros do chão, em um retábulo de 40 centímetros de largura e blindado no Santuário Nacional. O nicho é revestido por pastilhas brancas e douradas que reproduzem as imagens de três arcanjos – Miguel, Gabriel e Rafael. O local representa a passagem bíblica da “Escada de Jacó” (Gn 28:12) – “E teve um sonho no qual viu uma escada apoiada na terra; o seu topo alcançava os céus, e os anjos de Deus subiam e desciam por Ela”, diz o versículo.
- Durante a Idade Média, tinha-se o costume de oferecer coroas de flores aos soberanos da época, em sinal de submissão e respeito. Os cristãos adotaram este uso em honra da Mãe de Jesus, oferecendo-lhe rosas em sua homenagem. A rosa de ouro é um presente que foi dado a Nossa Senhora ao longo dos séculos e consiste justamente na escultura de uma roseira feita em ouro, como uma forma de honraria. A Santa Aparecida já ganhou três delas: uma de Paulo VI, em 1967, outra de Bento XVI, em 2007, e uma de Francisco, em 2017. Estas rosas podem ser visitadas no Museu, no Santuário Nacional de Aparecida.
- A imagem de Nossa Senhora Aparecida já foi quebrada em mais de 200 pedaços. Em maio de 1978, um jovem transtornado conseguiu retirar a santa do nicho, na Matriz Basílica, e atirá-la contra o chão. O restauro foi feito pela artista plástica Maria Helena Chartuni, hoje com 71 anos, e levou o período de 33 dias para que todos os seus pedaços fossem reconstruídos com perfeição.
- Antes de ser proclamada Padroeira do Brasil, a imagem da Santa foi coroada em setembro de 1904 e junto com a coroa, ganhou o manto azul. No entanto, segundo o Santuário Nacional, estudos históricos mostram que antes do manto tradicional, a imagem usava mantos vermelhos e brancos – em referência à Imaculada Conceição. Atualmente, a imagem tem o forro da vestimenta trocado uma vez por mês e pedaços dele são entregues aos fiéis que colaboram com as obras da Igreja.
- Há 300 anos, quando os pescadores encontraram a imagem, o Brasil ainda vivia o período da escravidão. Na época, os senhores abusavam das escravas e, quando elas ficavam grávidas, eles as degolavam e jogavam o corpo e a cabeça no rio. E Maria vem desta maneira: negra, gravida, com cabeça e corpo separados, porque ela é a mãe que aponta sempre o Cristo, aquele que nos traz vida e salvação.
- A imagem considerada milagrosa está abrigada em um nicho a 4 metros do chão, em um retábulo de 40 centímetros de largura e blindado no Santuário Nacional. O nicho é revestido por pastilhas brancas e douradas que reproduzem as imagens de três arcanjos – Miguel, Gabriel e Rafael. O local representa a passagem bíblica da “Escada de Jacó” (Gn 28:12) – “E teve um sonho no qual viu uma escada apoiada na terra; o seu topo alcançava os céus, e os anjos de Deus subiam e desciam por Ela”, diz o versículo.
Que alegria é termos Maria como mãe. Ela é um sinal do precioso amor de Deus para com cada um de nós. Muitas vezes, nos sentimos como aqueles pescadores, como aquele povo oprimido, sem esperanças e, por vezes, despedaçados. Mas, deixe-me te dizer: Nossa Senhora está comigo e com você. E, diante das situações mais difíceis, ela nos toma pelas mãos e nos conduz ao seu Filho, repetindo-nos o que disse aos noivos em Caná da Galileia: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,9).
Deus sempre nos reserva o melhor. Mas pede que nos deixemos surpreender pelo seu amor, que acolhamos as suas surpresas. Confiemos em Deus!
Deus abençoe você.
Erika Tartari
Postulante da Comunidade Católica Pantokrator